O ex-deputado federal Gustavo Fruet vem repetindo os mesmos erros que o ex-senador Osmar Dias cometeu no ano passado.
O vai-e-vem nas concepções ideológicas é a maior praga que pode existir na carreira de um político.
Muitos atribuem ao tempo, à demora pela decisão, a derrota de Osmar em 2010. Outros tantos também dizem que a demora de Fruet poderá derrotá-lo no ano que vem.
Não é bem isso. Não foi o tempo de decisão que derrotou o pedetista e muito menos seria fator principal num hipotético fracasso do tucano. à‰ algo mais singelo, mais simples.
As idas e vindas de uma liderança política, que gosta de caminhar perigosamente em ziguezague, além de confundir a plateia, fomenta desconfianças em todos os lados.
Vejamos o caso concreto de Fruet. Conversa bastante com os partidos que compõem a base do governo Dilma no Paraná. Deixa em aberto, inclusive, a possibilidade de transferir-se de mala e cuia para essa banda.
No entanto, o mesmo Fruet utiliza-se de convites assanhados desses partidos dilmistas! e gleisistas! para se cacifar perante o dono do PSDB no Paraná, o governador Beto Richa (PSDB). O discurso para tentar amarrar o governador é o do medo. “O bicho-papão Gleisi Hoffmann vem aí, cuidado!”. “A reeleição é logo ali, em 2014…”, etc., tal e coisa e coisa e tal.
Pois bem. Atitudes como as que Osmar teve, e que agora Fruet está tendo, geram desconfianças para todos os lados. Não dá para ficar eternamente acendendo uma vela para Deus e outra para o diabo. O que era simpático pode como muita facilidade virar antipático.
O que derrotou Osmar, e, que pode derrotar Fruet, nada tem a ver com tempo, com a demora da tomada de decisão. O insucesso, nesses casos, tem tudo a ver com falta de compromisso político e ideológico, convicção de menos, dentre outras fraquezas.
Ah, a carta de Gustavo Fruet! Eu já estava me esquecendo dela. Ontem chegou até a mim a história de que, pela enésima vez, o ex-deputado finalmente anunciará a saída do PSDB. Seria na próxima quarta-feira, dia 13, numa entrevista coletiva. O moço teria preparado uma emocionante carta de despedida do ninho. Coisa de cinema. Quem leu, chorou.
Como eu sou um adepto de São Tomé, só acredito vendo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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