PGR arquiva delação de Dario Messer sobre propina a Januário Paludo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivou uma investigação e um trecho de uma delação premiada a respeito de supostas propinas pagas pelo doleiro Dario Messer, conhecido como o “doleiros dos doleiros”, ao procurador da República Januário Paludo, integrante da operação Lava Jato do Paraná.

Segundo o portal de notícias UOL, no trecho da delação arquivada o doleiro relata pagamentos destinados ao procurador como uma “taxa de proteção mensal”.

Messer declarou ter destinado US$ 50 mil por mês entre 2005 e 2013 a Paludo para que fosse protegido pelo Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR). O repasse mensal durante esses 8 anos teria o objetivo de evitar que o MPF investigasse atos de lavagem de dinheiro e evasão ilegal de divisas que envolvessem o doleiro.

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Messer também contou que a suposta propina era paga pelos operadores Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca. Ambos trabalharam com o doleiro em operações de lavagem de dinheiro investigadas pela Lava Jato do Rio.

O doleiro disse ainda acreditar na efetividade da compra da tal proteção “já que nunca foi incomodado pelas autoridades de Curitiba”, as quais o investigaram no caso Banestado, a partir de 2005.

A PGR já havia arquivado em junho uma investigação iniciada no órgão meses antes da delação de Messer sobre a mesma suspeita de propina. A apuração começou depois que a Polícia Federal interceptou uma mensagem do doleiro falando sobre pagamentos a Paludo. A existência da mensagem foi revelada pelo UOL em novembro de 2019.

Paludo nega ter recebido qualquer quantia de Messer ou de qualquer investigado, ou mesmo ter se encontrado com o doleiro.

Filhos de Januário
Januário Paludo é um dos procuradores mais antigos da Lava Jato. Integra a força-tarefa de combate à corrupção desde sua criação, no ano de 2014.

Membro do MPF desde 1992, Paludo sempre foi tido como uma referência para os membros da força-tarefa, devido ao fato de ser o mais experiente entre eles.

Um dos grupos criados no aplicativo Telegram para que os procuradores trocassem mensagens, cujo conteúdo foi revelado por uma série de reportagens do site The Intercept Brasil, se chamava “Filhos de Januário”.