‘Bundão é o Jair. Bundão é o senhor’, rebate Datena; assista o vídeo

O apresentador José Luiz Datena rebateu a fala do presidente Jair Bolsonaro que chamou jornalistas de “bundões” nesta segunda-feira (24) “Bundão é o Jair. Bundão é o senhor. Eu não sou bundão, presidente”, afirmaou Datena na Band.

O destempero de Bolsonaro contra os jornalistas ocorreu em evento no Palácio do Planalto, para médicos que receitam hidroxicloroquina e pacientes com COVID-19. Ele disse que jornalista “bundão” tem menos chance de sobreviver ao coronavírus do que ele mesmo.

Segundo Datena, desrespeitar jornalistas é abrir uma via de duas mãos. “Ele [Jair Bolsonaro] abre um caminho de duas mãos, porque ele não pode ofender qualquer cidadão brasileiro da forma que ele ofendeu. Eu, por exemplo, sou do jornalismo e não sou bundão”, disse.

Essa foi a segunda agressão de Bolsonaro aos jornalistas nas últimas 24 horas. No domingo (23), ele também disse que gostaria de “encher com uma porrada” a boca do repórter do jornal O Globo. Isso ocorreu depois de ter sido questionado sobre o ex-assessor Fabrício Queiroz e a mulher dele terem depositado cerca de R$ 89 mil na conta de Michelle Bolsonaro.

A bronca de Datena reflete também o distanciamento político do apresentador que foi um apoiador entusiasmado de Bolsonaro nas eleições de 2018.

Datena também criticou o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. “Um aliado de Bolsonaro”, que mais uma vez passou o pano para os mal feitos e grosserias do presidente.

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Bolsonaro chama jornalistas de bundões, menos o Alexandre Garcia

O presidente Bolsonaro voltou a atacar jornalistas nesta segunda-feira (24) em um evento para comemorar as 115 mil mortes pela Covid-19.

O presidente Bolsonaro voltou a atacar jornalistas nesta segunda-feira (24) em um evento para comemorar as 115 mil mortes pela Covid-19.

É surreal, mas é verdade. A agressão aos jornalistas foi assim: “Quando pega num bundão de vocês [jornalistas], a chance de sobreviver é bem menor”.

Assista e confira:

Bolsonaro, que estava pianinho nos últimos dois meses, voltou a abrir a “caixa de ferramentas” no final de semana.

A reação de Bolsonaro ocorreu após ser questionado por um repórter do jornal “O Globo” sobre cheques do ex-assessor Fabrício Queiroz para a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O presidente não respondeu a perguntas sobre R$ 89 mil em cheques para primeira-dama, nem sobre movimentações da empresa do filho, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

“Eu vou encher a boca desse cara na porrada”, disse Jair Bolsonaro ao ser questionado sobre os cheques.

O presidente foi abordado pelos jornalistas na Catedral, em Brasília.

Num primeiro momento, reflexivo, Bolsonaro disse que não responderia às perguntas. Mas depois de questionado sobre os cheques para Michelle, o presidente levantou a voz: “Eu vou encher a boca desse cara na porrada.”

“Minha vontade é encher tua boca na porrada, tá?”, continuou o presidente da República.

Após o bate-boca, em frente à Catedral, Bolsonaro se dirigiu aos vendedores ambulantes e tirou selfies. Na sequ~encia, retornou para o Palácio da Alvorada –a residência oficial do Presidente da República.

Os cheques do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, destinados a Michelle Bolsonaro foram revelados pela revista “Crusoé”. Segundo a reportagem, Queiroz repassou R$ 72 mil à atual primeira-dama entre 2011 e 2016. A esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, repassou outros R$ 17 mil em 2011.

‘Cala a boca’

Em 5 de maio, o presidente concedeu uma entrevista coletiva na portaria do Palácio da Alvorada e, ao ser questionado sobre agressões cometidas por apoiadores do governo em um ato de enfermeiros, respondeu, aos gritos: “Cala a boca, não perguntei nada!”.

Estratégia da ‘boca fechada’ falhou

Marqueteiros e luas-pretas do Palácio do Planalto vinham comemorando o silêncio do presidente Jair Bolsonaro. Segundo eles, a estratégia da ‘boca fechada’ estava ajudando a aumentar a popularidade do presidente.

Segundo o presidente da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, Bolsonaro subiu nas sondagens de opinião porque: 1- ficou quieto e limitou as entrevistas no cercadinho do Palácio da Alvorada; 2- concedeu o auxílio emergencial de R$ 600; e apoio da mídia e do Centrão.

Sim, a mídia corporativa apoia Bolsonaro. Os jornalões –leia-se Globo, Folha, Estadão, Veja, et caterva– concordam com o presidente da República na economia. Ou seja, eles estão alinhados no quesito ‘ferrar o povo brasileiro’ para privilegiar os ganhos dos bancos.