Em nota, Federação Nacional dos Policiais Rodoviários critica Bolsonaro


A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fenaprf) divulgou nota nesta sexta-feira (24) criticando o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que, na quinta-feira, disse que quer “acabar” com radares móveis em rodovias do país. Segundo a entidade, a “função desses equipamentos é salvar vidas” e que a visão do chefe do executivo está equivocada.

“A missão maior dos policiais rodoviários federais é salvar vidas. E o uso adequado e técnico de equipamentos de radar é um dos meios capazes de concretizar esta missão”, afirma um trecho da nota divulgada pela Fenaprf.

Em conversa com jornalistas e apoiadores no Estado do Paraná, Bolsonaro disse que pediu ao ministro Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, para que qualquer radar ou “pardal” não seja revalidado ao término dos contratos.

A PRF é subordinada à pasta de Moro. Bolsonaro ainda classificou os radares móveis como “uma armadilha para pegar os motoristas”. Ainda na tarde de ontem (quinta), as declarações do presidente provocaram descontentamento dentro da corporação.

— Vemos com preocupação a declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre o uso de radares móveis por parte da PRF. A utilização de tecnologias na fiscalização é fundamental para a redução do alto número de acidentes e mortes no trânsito — destaca o vice-presidente da Fenaprf, Dovercino Neto.

Ainda segundo Dovercino, as maiores nações do mundo utilizam o controle de velocidade, por meio de radares, com o objetivo de reduzir a mortalidade nas estradas e rodovias.

Economia

— Não podemos ir na contramão, sobretudo quando o Brasil ainda tem números tão alarmantes de mortes no trânsito, muitas das quais que decorrem do abuso da velocidade. A fiscalização pode e deve ser aprimorada. Mão temos como concordar com a eliminação deste tipo de fiscalização — completa Dovercino.

Bolsonaro tomou a decisão de acabar com os radares móveis depois de entrar em contato com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. No mês passado, o presidente já havia anunciado o cancelamento de contratos para instalação de radares.