Tem abelhudo vasculhando arquivos para mostrar, se preciso, em 2018, que as companhias dos irmãos Dias vão ‘além’ da do Hugo Henrique — o simpático cãozinho que derrotou Ricardo (PCdoB) e Marcelo Almeida (PMDB) na disputa pelo Senado em 2014.
Alvaro Dias (PV) foi reeleito ao Senado graças à troca de apoio com o governador Beto Richa (PSDB). Esqueceu tudo que dissera antes do então correligionário para garantir sua continuidade em Brasília.
Agora, em 2018, as posições se invertem, mas a situação se repete.
O ex-vice-presidente do Banco do Brasil Osmar Dias (PDT), irmão de Alvaro, é quem costeia o alambrado de Beto Richa, que sonha com o Senado. O pedetista quer herdar a máquina estadual para chegar ao Palácio Iguaçu.
Alvaro e Osmar, o Abel e Caim, contrariando o apelido que receberam nas planilhas da Odebrecht, juram que não disputarão um contra o outro nem se deixarão feridos na estrada. Ou seja, irão para o combate na mesma trincheira.
O diabo é que Alvaro patina nos 2% das intenções de voto para a Presidência da República e Osmar, depois da citação na delação da Odebrecht, despencou nas pesquisas de maneira vertiginosa.
Com esse quadro desfavorável, seria mais crível a candidatura de Alvaro Dias ao governo do Paraná e do mano Osmar ao Senado.
O arranjo desagrada gregos e baianos, pois as candidaturas dos irmãos Dias fecham as duas vias de composição (governo e Senado). Portanto, eles correm o risco de morrerem abraçados na estrada.
É dentro desse contexto político e de minissérie global- — “Os dias eram assim” — que os abelhudos do Centro Cívico trabalham diuturnamente na captura de materiais para o trocadilho da vida real.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.