Base de sustentação de Beto Richa prestes a implodir na Assembleia Legislativa do Paraná

A pré-candidatura do secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, do PSB, a deputado estadual, poderá implodir a base de sustentação do governador Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa do Paraná.

O Blog do Esmael conversou esta semana com vários parlamentares da chamada bancada do camburão, composta por 31 membros, que confirmaram a intenção de romper com Richa na volta de Londres.

“Antes vamos ter uma conversa definitiva com o governador, daqui uns 10 dias, quando ele voltar da viagem a Londres”, disse um governista, que pediu para não ser identificado.

A desenvoltura do secretário da Saúde vem causando paúra nos governistas porque ele tem visitado municípios sem a “anuência” dos deputados.

Talvez o leitor não saiba, mas há um mapa “mental” e “físico” em que os 399 municípios paranaenses são divididos como se fossem “Capitanias Hereditárias”. Cada pedacinho de terra tem um “dono”, isto é, um representante político. Tal divisão é estimulada pelo Palácio Iguaçu.

Dito isto, Caputo Neto se insurgiu contra as próprias regras palacianas. Tem invadido as capitanias “alheias” levando a tiracolo, segundo deputados estaduais, a sua “dobrada” federal, o deputado Luciano Ducci (PSB).

Economia

“Vamos dar um ultimato ao Beto Richa. Ou ele recua a candidatura do Michele ou cairemos fora, votaremos pela abertura das CPIs da Corrupção, Quadro Negro e tantas outras que forem necessárias”, ameaça outro parlamentar que também não quer aparecer.

Não há no horizonte a informação de que Caputo Neto vá “afrouxar a tanga”, pois faz bastante tempo que ele acalenta a ideia de chegar ao parlamento. Pela primeira vez, de acordo com seus auxiliares, estão dadas as condições plenas para tal. O “cavalo encilhado” passa amparado pelas secretarias Estadual de Saúde e Municipal da Saúde de Curitiba — ambas “feudos” dos PSB.

Para a Assembleia instalar uma comissão de inquérito são necessárias 18 assinaturas, ou um terço dos 54 deputados. Os requerimentos de abertura de investigação têm conseguido, até agora, 16 subscritores. Portanto, faltam apenas duas novas adesões para que se inicie uma devassa no governo mais corrupto que o Paraná já teve notícias.

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