Eduardo Cunha condenado a 15 anos

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao que parece, foi realmente descartado pelos colegas de golpe de Estado. Depois de “usado” pela quadrilha que tomou de assalto o poder no país, o ex-deputado foi cuspido pelo establishment.

Cunha seria um perigo solto. Por isso o sistema o manteve fechado. Por isso o juiz Sérgio Moro o condenou nesta quinta-feira (30) a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, além de multa de R$ 250 mil.

Crime por crime, há outros tantos mais graves sendo cometidos contra a nação com a conivência da velha mídia de do judiciário. Vide as terceirizações, as reformas da previdência e trabalhista, os juros escorchantes, o desemprego e o desmonte da indústria nacional fustigados por pirotecnias policialescas.

O juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, continua distraindo o distinto público enquanto as nossas riquezas seguem saqueadas.

No despacho condenatório de hoje, que determinou a sentença contra Cunha, Moro criticou a lei de abuso de autoridade apresentada ontem no Senado. Diga-se de passagem, a criminalização das ilegalidades cometidas por juízes e procuradores dessas forças-tarefas seria uma salvaguarda ao Estado Democrático de Direito.

“Não há melhor momento para recordar o legado de independência do Ministro Teori Zavascki do que agora, quando discute-se a aprovação de nova lei de abuso de autoridade que, sem as salvaguardas necessárias, terá o efeito prático de criminalizar a interpretação da lei e com isso colocará em risco a independência judicial, subordinando-a ao interesse dos poderosos”, escreveu com sarcasmo.

Economia

Até os delatores de estimação sabem que o magistrado da Lava Jato pode ser tudo, menos “imparcial” ou “independente”. Sérgio Moro já se tornou parte e seus julgamentos são marcados pelo sentimento de vingança e pela parcialidade.

O processo

A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) havia acusado Cunha de receber mais de 1,3 milhão de francos suíços em propina para exploração da Petrobras no campo de petróleo no Benin, na África. O contrato custou, segundo a acusação, um prejuízo de US$ 77,5 milhões para a estatal.

Os procuradores também apontaram que o ex-presidente da Câmara teria bancado a nomeação e manutenção de Jorge Luiz Zelada na Diretoria Internacional da Petrobras, que seria responsável por angariar vantagens indevidas a serem distribuídas a agentes políticos. Zelada já foi condenado no âmbito da operação Lava Jato e confessou recebimento de propinas no período em que ocupou o cargo.

As contas bancárias não declaradas de Cunha no exterior também foram alvo de denúncia. Para o MPF, elas são evidências dos crimes de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas.

Na sentença, Moro considerou que as provas oferecidas pelos procuradores foram suficientes para caracterizar um crime de corrupção passiva, três crimes de lavagem de dinheiro e dois crimes de evasão fraudulenta de divisas por parte do ex-deputado.

“A responsabilidade de um parlamentar federal é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Não pode haver ofensa mais grave do que a daquele que trai o mandato parlamentar e a sagrada confiança que o povo nele deposita para obter ganho próprio”, afirmou o juiz no despacho.

Com informações da Agência Brasil

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