Ao vivo: Ato em solidariedade ao blogueiro Eduardo Guimarães; pela liberdade de imprensa

Jornalistas e ativistas pela liberdade de expressão realizam na noite desta terça-feira (21), em São Paulo, ato em solidariedade ao blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, pela liberdade de imprensa no país.

Edu Guimarães foi conduzido coercitivamente pela Lava Jato, na manhã de hoje, com o intuito de intimidá-lo e arrancar-lhes detalhes sobre uma fonte protegia pela Constituição.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) protestaram contra essa medida arbitrária que atenta o Estado Democrático de Direito.

O juiz Sérgio Moro não engoliu o fato de que o blogueiro, há um ano, furou a Globo (e ele) ao vazar que o ex-presidente Lula seria “espetacularizado” pela mídia.

O diabo é que o magistrado que criminaliza a atividade jornalística hoje, portanto viola a liberdade de imprensa, é o mesmo que vazou grampos ilegais de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia à Globo.

Economia

A seguir, leia a íntegra das razões do ato de hoje à noite:

Solidariedade a Eduardo Guimarães

Blogueiro de larga trajetória no campo das mídias progressistas, o paulistano Eduardo Guimarães foi vítima de mais um abuso da Operação Lava Jato na manhã desta terça-feira (21). Crítico das arbitrariedades do juiz Sergio Moro, o autor do Blog da Cidadania foi levado, por condução coercitiva, de sua casa até o prédio da Polícia Federal, no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista.

Guimarães foi conduzido coercitivamente sem nunca ter se recusado a prestar depoimento. Além disso, computadores e celulares dele e de seus familiares foram apreendidos – incluindo o aparelho de sua esposa, que contém contatos médicos usados no dia-a-dia para tratamento de sua filha, Victoria.

A razão, para mais essa detenção arbitrária e injustificável determinada pelo juiz das camisas negras, seriam investigações da Lava Jato a respeito de um “vazamento” de notícia, por parte de Eduardo Guimarães, a respeito de ações da PF e do juiz Moro contra Lula e o Instituto que leva o nome do ex presidente.

É inacreditável!

O juiz Moro vaza grampos pessoais de Lula e de Dona Marisa, vaza grampos da então presidenta da República, Dilma Rousseff. Da mesma forma, a Globo e outros órgãos de informação conservadores vazam todos os dias dezenas de informação. Nenhum jornalista jamais foi conduzido a depor para explicar tais vazamentos. E é bom que seja assim.

Mas por que a regra vale para a Globo e jornais conservadores, e não vale para o blogueiro?

A condução coercitiva de Eduardo Guimarães, com ares de sequestro, deveria preocupar jornalistas e todos aqueles que trabalham com informação no Brasil.

Depois de atacar a democracia, usando funções públicas com nítida intenção partidária, e de destruir partes importantes da economia brasileira, setores da PF, procuradores e o juiz das camisas negras põem em risco a liberdade de informação no país.

O procedimento, além de caracterizar gritante ataque à liberdade de expressão, por tentar calar o blogueiro através da judicialização e da criminalização, reforça a tese de que vivemos um Estado de exceção no Brasil.

A abordagem foi truculenta: agentes fortemente armados esmurraram a porta de sua casa sem nem ao menos interfonar, vasculharam e apreenderam aparelhos eletrônicos e o conduziram à delegacia.

O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé se solidariza com Eduardo Guimarães e repudia veementemente a grave violação à liberdade de expressão, direito fundamental e imprescindível para qualquer sociedade democrática. Ao serem suspensos direitos básicos como a liberdade de expressão e o amplo direito à defesa, confirma-se também a suspensão da democracia no país. Algo para o qual a Operação Lava Jato parece decidida a contribuir.

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