O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), em sua coluna desta segunda (19), chama de “pacotinho” as medidas anunciadas semana passada por Michel Temer (PMDB). “Em época de recessão, o governo federal necessita urgentemente lançar uma política econômica anticíclica que induza a retomada do crescimento econômico”, opina o colunista ironizando o ilegítimo fazendo trocadilho com a célebre frase de James Carville (é a economia, estúpido!).
O problema é a economia, Temer!
Luiz Claudio Romanelli*
“A miséria degrada o homem na sua dignidade e o degradado parte para a violência, única e desesperada arma de defesa”. Dom Paulo Evaristo Arns
O governo federal anunciou na quinta-feira da semana passada (15) um pacote de medidas microeconômicas para aliviar dívidas de pessoas físicas e jurídicas, reduzir custos das empresas e reduzir a burocracia do comércio exterior.
Empresas e pessoas físicas poderão regularizar suas dívidas tributárias e previdenciárias com o governo. Outra medida é a redução dos custos das linhas de crédito para micro e pequenas empresas. O governo também vai ampliar a oferta de credito a longo prazo para o setor de construção civil.
As medidas devem ajudar a aumentar a liquidez das empresas, o que é sempre bom e é importante, mas não farão nem cocegas na recessão. Sobre o fundamental, que é a redução da taxa de juros, o governo mantem um silêncio obsequioso. Aliás, nem tão obsequioso assim. Em almoço recente com os banqueiros da Febraban, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, deu a eles um presentão de Papai Noel e disse que não haverá aventuras no processo de redução de taxas de juros.
“Todos nós queremos juros mais baixos. Esse também é o desejo do Banco Central. A questão é como chegar lá. Para isso, é importante que a redução dos juros seja feita de forma responsável, para que seja sustentável no longo prazo”, disse. Soou como musica para a nata dos banqueiros.
A retomada da economia depende da recuperação do investimento e o pacotinho de Temer passou longe do assunto. O que poderia fazer diferença seria diminuir a taxa de juros, o que iria reduzir o custo do crédito e fomentar investimentos.
Repito o que já escrevi anteriormente: Em época de recessão, o governo federal necessita urgentemente lançar uma política econômica anticíclica que induza a retomada do crescimento econômico, com a reativação das nossas empresas, pois senão num prazo curto não haverá impostos a serem recolhidos para pagar os bons salários dos que têm estabilidade e segurança. Nem deles, nem de ninguém.
2016, um ano terrível, em que vivemos todas as crises – politica, econômica, institucional- vai se encerrando e não deixa saudades. Já vai tarde.
Nessa semana que se inicia, o plenário da Câmara dos Deputados vai se reunir para discutir a renegociação da dívida dos estados. Se o PLP 257/16 for aprovado- e provavelmente será- dará um alento para os Estados – muitos em situação de verdadeira calamidade financeira- e 2017 pode começar com mais esperança de equilíbrio das finanças estaduais. Todos terão que fazer ajustes fiscais e sacrifícios para reverter a crise.
O país precisa voltar aos eixos, voltar a crescer, investir em infraestrutura e gerar empregos. Precisamos urgentemente que haja harmonia entre os poderes, sem enfrentamentos desnecessários e, de resto, inúteis. Os brasileiros precisam voltar a ter confiança nas instituições e na capacidade do país de superar as dificuldades. Pior que a crise politica é a crise econômica porque traz consigo o desemprego, o empobrecimento das famílias, o aumento da miséria, o acirramento da violência. No momento, é a economia que é preciso consertar.
A todos os que me acompanham desejo um Natal de muita harmonia, solidariedade e alegria. E que o ano de 2017 seja de muito trabalho, prosperidade e paz!
Paz e bem e uma ótima semana a todas e todos.
*Luiz Cláudio Romanelli, advogado e especialista em gestão urbana, ex-secretário da Habitação, ex-presidente da Cohapar, e ex-secretário do Trabalho, é deputado pelo PSB e líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná. Escreve às segundas-feiras sobre Poder e Governo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.