Reitor da UFRJ defende respeito à democracia conquistada pela Fiocruz

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Carta do reitor da UFRJ, Roberto Leher, ao presidente Michel Temer e aos ministros Ricardo Barros e Gilberto Kassab

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Excelentíssimo Senhor Ricardo Barros, Ministro de Estado da Saúde,

Excelentíssimo Senhor Gilberto Kassab, Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação 

A história da Fundação Oswaldo Cruz está profundamente imbricada com a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Compartilhamos pesquisas e a formação de pesquisadores há mais de um século, antes mesmo da fundação da UFRJ em 1920.

Por isso, recentes notícias veiculadas pela imprensa sobre o processo de nomeação da nova presidência preocupam, enormemente, toda a comunidade universitária da UFRJ.

A informação de que a nova presidente poderia não ser a Dra. Nísia Trindade, candidata eleita pela comunidade da Fiocruz, acendeu a lembrança dos anos trágicos da nomeação de um reitor não sufragado pela comunidade universitária, situação que prejudicou, por mais de uma década, a instituição, comprometendo gravemente o ensino, a pesquisa e a extensão e cindiu a comunidade interna, o que provocou 4 anos de forte crise institucional.

A Fiocruz concluiu um processo democrático muito participativo em que a taxa de comparecimento às urnas foi de 82,1 % (4415 servidores).

Em primeiro lugar, a Dra. Nísia Trindade obteve 2556 votos em primeira opção (59,7 %) e 534 votos em segunda opção.

Em segundo lugar, a Dra. Tania Araújo-Jorge obteve 1695 votos em primeira opção (39,6 %) e 656 votos em segunda opção.

O resultado foi homologado pelo Conselho Deliberativo da Instituição e encaminhado à Vossa Excelência na expectativa do referendo à decisão do pleito realizado, nomeando a Dra. Nísia Trindade, vencedora das eleições, como presidente da Fiocruz.

Compreendemos ser prerrogativa de Vossa Excelência a escolha de qualquer nome que compõe a lista tríplice, porém, a comunidade da Fiocruz e, também, a comunidade científica e acadêmica reivindicam que a candidata mais votada assuma a Presidência da Fiocruz.

Há que se respeitar a democracia, tão duramente conquistada e construída por nossas instituições de ensino e pesquisa.

É a democracia que permitirá que a Fiocruz prossiga realizando suas elevadas funções públicas em prol do bem-estar e da saúde dos povos!

Defender a Fiocruz é defender a ciência e tecnologia em saúde no nosso país.

Saudações universitárias,

Roberto Leher, Reitor da UFRJ

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