‘Também é preciso um teto para o pagamento dos juros neste país’, cobra Alvaro Dias

alvarodias_plenarioO senador Alvaro Dias (PV-PR), em sua coluna desta quarta (23), voltou a exigir uma auditoria na dívida do país que ultrapassou os R$ 4 trilhões. Inconformado, ele quer botar um freio nos juros que consomem R$ 1,3 trilhão anual. O parlamentar diz que “… não adianta pensar na contenção de gastos se não alcançarmos a dívida pública, que é o calcanhar de Aquiles, que é a questão crucial para a solução do ajuste fiscal”.

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O retrato fiel da dívida pública

Alvaro Dias*

Foi aprovado no Plenário do Senado requerimento de minha autoria, solicitando a realização de uma auditoria do Tribunal de Contas da União na dívida pública brasileira. A partir da análise que será feita pelo TCU, o Congresso Nacional poderá discutir com profundidade uma melhor administração da dívida do País, que já ultrapassou o patamar de R$ 4 trilhões. Isso obriga o pagamento de R$ 1,3 trilhão anual apenas em juros.

Atualmente, estamos discutindo no Senado Federal a PEC que limita o teto dos gastos públicos. Mas não adianta pensar na contenção de gastos se não alcançarmos a dívida pública, que é o calcanhar de Aquiles, que é a questão crucial para a solução do ajuste fiscal. Temos que avançar, conhecer essa dívida, saber que dívida é esta, de onde ela vem, quem a contraiu, para quem devemos, quanto devemos, quais são as taxas de juros praticadas, onde esse dinheiro foi.

Economia

Portanto, essa auditoria é essencial até para evitar que essa bomba relógio continue ameaçando as finanças públicas e o futuro da economia brasileira. Sem uma alternativa para reequacionar o pagamento dessa dívida monumental, que abocanha quase a metade do que o país arrecada, não vamos, com essas reformas e propostas de limite de gastos, resolver os problemas; não chegaremos ao ajuste fiscal que se deseja.

Nos últimos 12 anos, a dívida bruta interna da União cresceu aproximadamente R$ 2 trilhões, o que, por si só, já justifica a realização de auditoria para conhecer a evolução dessa dívida. E o que é mais grave: esse dinheiro todo não foi investido em prol da sociedade

Nenhum presidente da República ataca a dívida pela força, no governo, de representantes do sistema financeiro. O papel do Congresso se justifica por isso. E o TCU, que tem independência, pode nos oferecer uma fotografia real da situação. É o que a sociedade brasileira deseja e merece: ter transparência nos gastos públicos e não ser penalizada por erros dos governantes.

*Alvaro Dias é senador pelo Partido Verde do Paraná. Ele escreve nas quartas-feiras para o Blog do Esmael sobre “Ética na Política”.

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