Proposta de Richa é pura enrolação para desmobilizar greve, diz Professor Paixão

paixao_greve_appProfessor Paixão, uma das mais importantes lideranças da greve na educação do Paraná, em artigo especial, afirma nesta sexta (21) que a proposta do governador Beto Richa (PSDB), de retirar a Mensagem 403, que acaba com a data-base, é pura enrolação para desmobilizar o magistério e impedir que outras categorias engrossem o movimento paredista.

Defendendo a continuidade da greve, Paixão diz que “se Richa tiver êxito, chegaremos ao final do seu mandato com um poder aquisitivo 1/3 menor do que temos hoje”.

Neste sábado (22), a partir das 8h30, a APP-Sindicato realiza assembleia na Expo Unimed Curitiba para definir se suspende ou não a greve.

Abaixo, leia a íntegra do texto:

Proposta do governo é pura enrolação!

Professor Paixão*

Economia

O documento do governo, apresentado no dia de ontem aos sindicatos que compõem o Fórum de Entidades Sindicais dos Servidores Públicos é mais uma jogada do governo para enrolar as direções sindicais e, consequentemente, acabar com a onda de mobilizações e greves que tendem a crescer no Paraná. Haja vista o movimento crescente de ocupações nas escolas, as greves da educação básica e superior, da Polícia Civil, e o movimento pró greve de outras categorias. Este quadro está colocando o governo do Paraná em descrédito tanto no estado, como em nível nacional.

As declarações dadas ontem por integrantes do governo na mídia e a proposta apresentada aos sindicatos é uma reafirmação da tragédia que cerca o funcionalismo do Paraná. Em nenhum momento o governo se compromete em honrar com a data-base da categoria. Muito pelo contrário, utilizando o discurso de abrir negociações sobre o tema, o governo praticamente afirma que ao final do mês de novembro deverá enviar novamente Mensagem para Assembleia Legislativa a fim de cancelar a data-base dos servidores prevista para janeiro de 2017.

A retirada estratégica do governo, utilizando as próprias palavras do Secretário Rossoni “para atender os caprichos dos sindicatos” foi uma forma de desmobilizar as categorias em greve, e evitar que novos setores se mobilizem. A jogada do governo atingirá em peso a resistência dos professores(as) e funcionários(as) de escolas. Retira a Mensagem agora, suspende a greve, e no início de dezembro reencaminha a Mensagem para a Assembleia Legislativa. Período que dificilmente a categoria entraria em uma nova greve. Seria uma greve com uma morte anunciada.

Assim, na reunião do Comando Estadual de Greve ocorrida no dia de ontem (20/10), lideranças que integram o grupo político APP-Independente, mesmo entendendo as dificuldades que a categoria enfrenta neste momento, defendeu a continuidade da greve. Entendemos que a proposta de suspensão da greve neste momento, apresentada pela direção estadual da APP não fortalece a categoria na luta pela data base, pagamento das promoções e progressões em atraso, e demais itens da pauta da greve.

O governo, se de fato quer negociar precisa se comprometer com o não enviou de uma nova Mensagem de Lei para a Assembleia Legislativa sobre o tema. É preciso que o governo assuma o compromisso, por escrito e perante a mídia, de que irá honrar com o acordo assumido na greve do ano passado.
Se suspendemos a greve na Assembleia deste sábado (22/10) estaremos dando um voto de confiança a um governo sem credibilidade.

Garantir a data-base é uma luta prioritária e mais que necessária

O governo Richa quer acabar com uma das mais importantes conquistas de nossa categoria, nos últimos anos. Desde 2007, vínhamos garantindo a cada ano, no mínimo, reposição das perdas inflacionárias.
A proposta do governo, na prática põe fim a está conquista. Se Richa tiver êxito, chegaremos ao final do seu mandato com um poder aquisitivo 1/3 menor do que temos hoje.

Vamos à luta! A greve precisa continuar!

APP Independente, Democrática e de Luta

Prof. Paixão é professor da rede estadual do Paraná. Especialista e Mestre em Educação. Militante em defesa da escola pública e das lutas pela igualdade racial.

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