Eduardo Cunha já não tem “fiéis” seguidores e pode renunciar na terça-feira

eduardo_cunha_PMDB_michel_temerO deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) corre o risco de não conseguir quórum que imaginava na reunião convocada por ele, na terça-feira (21), às 11 horas, no Hotel Nacional, em Brasília, quando deverá renunciar à presidência da Câmara para tentar seu mandato.

Os parlamentares e amigos que lhe juravam amor eterno antes, durante e depois do impeachment sumiram. Outrora, eles se orgulhavam quando identificados como sendo da tropa de choque de Cunha, mas agora tudo mudou.

Deputados que se diziam “fiéis” ao presidente afastado da Câmara fogem do ex-amigo como o diabo foge da Cruz. Coisa da política, que é ingrata, ou seja, pedindo licença poética a Otto Lara Resende, o político não é solidário nem no câncer.

Cunha sabe bem o que é traição, pois, na semana passada experimentou duas facas cravadas nas costas por dois “fiéis” deputados de sua tropa no Conselho de Ética: Tia Eron (PRB-BA) e Vladimir Costa (SD-PA).

A recomendação pela cassação de Cunha, antes do plenário, vai à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – um colegiado de 66 membros (o Conselho de Ética tinha 21).

O parlamentar busca uma pena mais branda – que não a cassação — na CCJ cuja presidência é do aliado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Economia

A estratégia para salvar Cunha teria partido do Palácio do Planalto, mais precisamente do interino Michel Temer (PMDB).

Eduardo Cunha teme perder o mandato e cair nas garras do juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato, e, consequentemente, ser obrigado a mudar-se definitivamente para a “República de Curitiba”.

Por isso, dentro desse “pacote político” da renúncia, também não está descartada a delação premiada de Cunha. O deputado quer livrar a família – mulher e filha – do rigoroso inverno curitibano.

Resumo da ópera: Temer não deseja que seu correligionário passe frio na capital paranaense.

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