Os ministros interinos dos Transportes, Maurício Quintella, e do Turismo, Henrique Eduardo Alves, estão sendo pressionados a deixar o governo provisório até a votação do impeachment no Senado. Eles são citados na Lava Jato e respondem ações criminais na Justiça.
A tese dos golpistas é não deixar que a “banda podre” contamine o presidente provisório Michel Temer (PMDB) e atrapalhe o bom andamento do afastamento definitivo da presidente eleita Dilma Rousseff.
O governo golpista pretende antecipar a votação do impeachment no Senado em um mês, para o início de setembro, visando estancar a crise política surgida com o vazamento de gravações dos senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e do ex-presidente José Sarney – todos eles do PMDB – revelando a trama para derrubar Dilma e travar as investigações da Lava Jato.
O primeiro a ser defenestrado na equipe do golpe foi Jucá, que ocupou o Ministério do Planejamento por 12 dias. No governo Lula ele também havia rodado, depois de três meses na Previdência Social, sob a acusação de corrupção.
Quintella (PR) é acusado de desviar verbas da merenda escolar em Alagoas e Henrique Alves (PMDB) é alvo de denúncia de envolvimento em desvio na Petrobras. Os dois juram que são inocentes.
Na terça (24), Temer bateu na mesa para afirmar que era acostumado a lidar com bandidos.
O deputado federal Sílvio Costa (PTdoB-PE) disse que entendeu que no PMDB só tem bandido.
Pelo sim pelo não, caso seja confirmado o impeachment de Dilma, em agosto, os ministros “defenestrados” seriam reincorporados ao ministério de Temer.
Resta, no entanto, Alves e Quintella acreditarem na promessa dos golpistas. Ou seja, é cobra dando rasteira em cobra.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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