Golpe de Michel Temer perde as rédeas no Congresso Nacional

Em 1996, vésperas da eleição na Câmara, Michel Temer posou ao lado de uma carranca para lhe dar sorte. Foto: Ailton Freitas.
Em 1996, vésperas da eleição na Câmara, Michel Temer posou ao lado de uma carranca para lhe dar sorte. Foto: Ailton Freitas.
Na segunda-feira (16), o Blog do Esmael registrou que dezenas de congressistas já se dizem arrependidos pelo apoio dado do golpe perpetrado contra Dilma Rousseff. Não porque eles, parlamentares tiveram uma repentina crise de consciência ou que sintam saudades pela presidente eleita. Pelo contrário. Essas manifestações ocorrem no estrito marco do fisiologismo.

Pois bem, a situação política agravou-se ainda mais no Congresso. A principal crise localiza-se na Câmara, que deu 367 votos favoráveis ao impeachment no dia 17 de abril. Nessa Casa, há três eventos importantes acontecendo ao mesmo tempo: 1- questionamento da legitimidade do presidente Waldir Maranhão (PP-MA), vice do afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ); 2- dificuldade de Michel Temer escolher um líder em virtude da disputa entre os próprios abutres pela carniça; e 3- os deputados se sentem abandonados pelo “sistema” depois de terem feito o trabalho sujo, ou seja, votado o golpe.

“Os cargos de segundo escalão estão sendo utilizados para prestigiar os senadores, que votarão o mérito do impeachment no fim do ano”, disse ao Blog do Esmael um parlamentar golpista que pediu para não ser identificado.

Dito isto, não é demais afirmar que Michel Temer perdeu as rédeas em apenas uma semana no poder. O vice se gabava justamente da facilidade que teria para lidar com o Congresso, haja vista que ele fora presidente da Câmara e blá, blá, blá.

Não é somente no Congresso que o projeto de ditadura de Temer enfrenta resistências. Nas ruas, nos centros culturais, universidades e escolas, fábricas e comércios, enfim, a sociedade brasileira, subitamente, parece ter tomado consciência do assalto que vem sofrendo por uma gangue que promete lhe arrancar todos os direitos conquistados nos últimos 30 anos.

No xadrez internacional, a ditadura de Temer também é alvo de veementes reprovações o que diminui suas chances de permanecer à frente de um país da dimensão continental que é o Brasil. Por isso, na diplomacia mundial, o vice já é chamado jocosamente de “O Breve”.

Economia

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