Estudantes fazem a diferença em São Paulo; mas, e no Paraná?

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A mobilização dos estudantes no enfrentamento às falcatruas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), vem chamando a atenção de todo o País.

A onda começou com as ocupações para barrar o fechamento das escolas estaduais. Agora, os estudantes ocupam a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) exigindo uma CPI para investigar máfia da merenda. Aqui no Paraná, os problemas na educação pública e as falcatruas do governo são semelhantes, então fica a pergunta: cadê os estudantes para enfrentar Beto Richa?

Por aqui, o governador segue a mesma cartilha de Alckmin e continua tentando fechar escolas. A ‘Operação Quadro Negro’, investigação a cargo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), está desmontando uma quadrilha que atuava dentro da Secretaria de Estado da Educação (SEED) desviando recursos da reforma e construção de escolas. Deputados estaduais seriam beneficiários do esquema de corrupção. Portanto, merecia uma CPI na Assembleia Legislativa.

No meio disso tudo fica pergunta: por onde anda o movimento estudantil do Paraná?

O Blog do Esmael conversou com os presidentes da União Paranaense dos Estudantes (Upe), Bruno Pacheco; e da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), Matheus dos Santos, para saber o posicionamento das entidades sobre essas questões.

Economia

Vale lembrar que a atual presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Camila Lanes, é paranaense e presidiu a Upes até o ano passado. Camila está na linha de frente nas mobilizações dos estudantes em São Paulo junto com a União Paulista de Estudantes Secundaristas, a Upes deles.

Começando pelo universitários, segundo Bruno Pacheco, a Upe é contra o processo de impeachment da presidenta Dilma pois os estudantes avaliam que não existe crime de responsabilidade. A entidade integra a Frente Brasil Popular e está criando os “Comitês pela Democracia” dentro das universidades para fazer o debate com os estudantes. Já existem comitês em 12 cidades e cerca de 15 instituições por todo o Estado.

Sobre a situação do Paraná, Bruno fez duras críticas ao governador Beto Richa que vem reduzindo drasticamente os recursos das universidades públicas estaduais. “Não temos ilusão de que a intenção do governador é destruir a educação pública para privatizar”, concluiu.

Já para os estudantes secundaristas a situação é ainda mais difícil. É na rede pública estadual de ensino que se concentram os principais ataques do governador Beto Richa e também as principais denúncias de corrupção.

A Upes também considera que o processo de impeachment é golpe, e acredita que a situação da educação pode piorar bastantes num possível governo de Michel Temer. Os secundaristas também participam da Frente Brasil Popular e do Fórum 29 de Abril.

Para os próximos dias, Matheus prometeu o lançamento de uma campanha da Upes contra o desmonte da educação no estado. Os alvos serão o governador e os deputados da “Bancada do Camburão”. A ideia é mobilizar os estudantes de todo o estado e pressionar o Ministério Público e poder Judiciário para que avancem nas investigações de corrupção.

“Não daremos sossego a Beto Richa e aos deputados do camburão”, afirmou Matheus.

“Os desvios de verbas da educação devem ser investigados e os culpados devem ser presos”, completou.

Perguntado se existem planos de fazer ocupações como as de São Paulo, ele preferiu manter segredo. “A repressão é muito forte e é bom não entrar em detalhes”, despistou.

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