Coluna do Requião Filho: A crise no Paraná é pior que a do Brasil e a razão é o “fator Richa”

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Em sua coluna nesta quinta-feira, o deputado estadual Requião Filho (PMDB) comenta o momento de crise vivido no país e analisa como o desempenho do governador Beto Richa (PSDB) faz com que as adversidades sejam mais fortes no Paraná; segundo o deputado, no primeiro mandato do governador, as finanças do estado foram “dizimadas” por uma gestão irresponsável, e após a reeleição vieram os pacotes de maldades; Requião Filho relata que a política tributária, antes benéfica aos pequenos empresários e ao povo “foi substituída por aumentos sucessivos de impostos de milhares de produtos e serviços, somados a escândalos de corrupção, que terminaram por formar o atual cenário de desesperança e descrença da população”; Para o deputado, não há limites na voracidade do atual governo em arrecadas recursos, e nem os depósitos judiciais foram respeitados. Leia, ouça, comente e compartilhe.

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Requião Filho*

Muito se fala da crise econômica vivenciada em nosso país. No entanto, o Brasil já passou por outros momentos extremamente difíceis com índices inflacionários beirando os 40% ao mês, o confisco da poupança dos cidadãos e também com a entrega do patrimônio público à iniciativa privada a preço vil.

Mas porque o cidadão e o empresariado paranaense sentem mais intensamente a atual crise? Ou pelo menos tem esta impressão?

Além do inegável abrandamento trazido pelo tempo, as crises vividas durante os governos Sarney/Collor/FHC não foram agravadas pelo “fator Richa”!

Economia

Durante o primeiro mandato do atual governo, as finanças do Estado foram dizimadas em razão de uma gestão irresponsável. Mesmo assim, o Governador Carlos Alberto foi reeleito… e, na sequencia, ainda em 2014, já lançou seu primeiro pacote de maldades.

Assim, o Paraná começou o ano de 2015 Governado por Mauro Ricardo e seu assessor, Beto Richa.

A política tributária, absolutamente benéfica aos micro e pequenos empresários e ao povo paranaense no período compreendido entre 2003 e 2010, foi totalmente substituída por aumentos sucessivos de impostos de milhares de produtos e serviços, somados a escândalos de corrupção, que terminaram por formar o atual cenário de desesperança e descrença da população.

Mas o Governo Estadual, covardemente, atribui toda a responsabilidade da crise paranaense ao Governo Federal e não assume abertamente seus erros, julgando que o povo seja tolo o suficiente para acreditar neste embuste.

Ora! O Povo Paranaense Não é Burro! Sabe que houve problemas de gestão no Governo Federal, porém tem conhecimento para distinguir que muitas das dificuldades que enfrenta são decorrentes da má gestão do Executivo Estadual.

É evidente que se a administração Beto Richa não tivesse sido tão desastrosa, não haveria necessidade de tantos aumentos de impostos.

A atual política tributária, que isola o Estado e o torna muito pouco competitivo, afasta os olhares de investidores e faz grandes empresas procurarem condições melhores em outros Estados.

As práticas tributárias e fiscais adotadas pelo Governo como medidas desesperadas para salvar os cofres públicos dos devaneios praticados por Beto Richa, ofendem noções mínimas de economia, fazendo ruborizar alunos primeiranistas, que são capazes de visualizar erros crassos da política adotada.

A economia do Paraná está adoecendo a olhos vistos, largada à sua própria sorte e os reflexos são cada vez mais sentidos.

A saída do Grupo Positivo Informática é um exemplo do que o ambiente hostil criado pelo Governador foi capaz de fazer: expulsar um dos maiores grupos empresariais do país de nossas divisas!

O transporte de mercadorias pelas rodovias de nosso Estado também refletem os equívocos praticados na “República de Beto Richa”, pois as estradas não pedagiadas se acabam por falta de investimentos e as pedagiadas, apesar do alto custo das tarifas cobradas, não recebem as melhorias previstas, mas o Governo acena, como prêmio às concessionárias, com a prorrogação dos contratos.

Os malefícios da política adotada por Beto Richa também se refletem em outros modais de transporte, como no transporte aéreo de passageiros.

O aumento do ICMS do querosene que abastece os aviões, contribuiu com a diminuição de voos entre a Capital e as principais cidades do Estado, privando cidadãos paranaenses de disporem de um meio de transporte eficiente, rápido e seguro.

Recentemente os produtores e vendedores de vinho protestaram contra essa política economia predatória ao comercio estadual. Isto mesmo, este Governador consegue tal façanha: uma política econômica que é predatória a própria economia. Eis o “Fator Richa”: governo pelo governo e não pelo povo.

A desculpa de Beto é simples: vinho não é essencial. Não está errada tal afirmação, este é justamente o exemplo clássico de qualquer aula de direito tributário. Mas a complexidade vai além deste raciocínio curto, pois todos aqueles que vivem dos empregos gerados tanto da produção quanto da comercialização do produto, não comungam do mesmo posicionamento do Governador.

O gestor público deve zelar pelos cidadãos, mas dar a devida importância aos setores produtivos de seu Estado.

Novamente o Governador julga o povo como sendo ignorante. Os aumentos promovidos não recaíram somente sobre Vinhos, notadamente o aumento do ICMS recaiu em inúmeros produtos presentes na mesa de qualquer casa
Isto ele esquece de comentar, tomando um chateau sozinho no chapéu pensador, sozinho, já que boa parte de seus amigos estão em Londrina.

Nem os produtos comuns fugiram da mira desta gestão sanguessuga!

Até mesmo Curitiba sofre internamente devido a avareza deste Governo Estadual, que fomentou a desintegração do Transporte e hoje briga por centavos com a Prefeitura. Centavos! Até as moedas ele coloca no Caixa Único-CU.

Sequer os depósitos judiciais e o orçamento dos demais Poderes escapa da ganância draconiana do Governo Estadual. Guardem este alerta senhores: o Secretário nunca desiste de encontrar uma maneira de conseguir dinheiro, doa a quem doer… começou com os professores e vai chegar aos grandes Poderes do Estado.

*Requião Filho é advogado, deputado estadual pelo PMDB e líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná, especialista em políticas públicas.

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