Volta às aulas aos 10 meses do massacre do Centro Cívico

abraco
Com problemas do ano letivo de 2015 ainda não resolvidos, como o pagamento de salário dos professores PPS que repuseram aulas no mês de fevereiro, o ano letivo de 2016 começou com protestos na maioria das 2,1 mil escolas da rede pública do Paraná; educadores denunciam falta de merenda, obras e reparos na infraestrutura que foram paralisadas em virtude da corrupção investigada pela Operação Quadro Negro; reinício do calendário escolar coincidiu com os 10 meses do massacre de 213 pessoas no Centro Cívico, em frente à Assembleia Legislativa e o Palácio Iguaçu.

Teve início nesta segunda-feira (29) o ano letivo de 2016 nas 2100 escolas públicas estaduais do Paraná. A data coincidiu com a passagem de 10 meses do massacre do Centro Cívico, em que o governador Beto Richa (PSDB) ordenou um pesado ataque contra os professores e servidores públicos que protestavam em frente a Assembleia Legislativa do Paraná.

A data foi marcada por abraços simbólicos de professores, estudantes e funcionários a diversas escolas por todo o Estado. A mobilização puxada pela APP-Sindicato causou bastante impacto nas redes sociais sob a hashtag #‎escolapublicaeudefendo‬.

E a realidade encontrada pelos estudantes e educadores neste recomeço não foi das melhores, mostrando que 2016 será um ano difícil, e de muita luta. Já há casos de falta de merenda, com diretores de escola reclamando que só receberam suco, e de péssima qualidade.

Em muitas escolas, a condição das instalações é péssima, tendo sida agravada pela corrupção no governo Beto Richa. Em razão dos desvios revelados pela Operação Quadro Negro do Gaeco, todas as obras de construção e reforma foram paralisadas e passam por auditoria. Imagine o caos que vive uma escola no meio de uma reforma parada.

Além disso, os professores PSS não receberam pelas reposições do ano letivo de 2015 feitas no mês de fevereiro, o que está causando forte revolta. Eles já foram demitidos de maneira cruel no fim do ano passado, passaram por duas humilhantes escolhas de vagas este ano, e ainda têm que esperar longos meses para receber o magro pagamento pelas aulas que ministram.

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Mas, mesmo com todos esses problemas, os educadores e estudantes estão animados. Estão recomeçando hoje uma caminhada que leva ao saber, ao desenvolvimento, ao progresso. Em diversas escolas estão sendo realizados “abraços” simbólicos aos prédios para mostrar unidade e resistência. Apesar do governo do PSDB — e de todos os problemas — a educação não para.

Em 29 de abril de 2016 haverá uma paralisação dos professores para marcar um ano do massacre do Centro Cívico. Certamente é uma data que não será esquecida. Pelo bem da educação e do Paraná.

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