Coluna do Bruno Meirinho: Que venha o ano novo

novoBruno Meirinho*

No ano de 2016, será necessário concluir as tarefas inacabadas de 2015, a primeira delas, a queda de Eduardo Cunha.

A permanência do presidente da Câmara dos Deputados na posição está com os dias contados. A depender da denúncia, Eduardo Cunha poderá ser afastado da presidência da Câmara e do próprio cargo de deputado. A decisão está nas mãos do ministro Teori Zavascki do STF.

Um misto de esperteza e burrice, Eduardo Cunha foi capaz de obter uma fortuna em propinas e também comparecer voluntariamente a uma sessão de uma CPI, para a qual não foi convocado (por isso, voluntariamente), e na qual fez questão de esclarecer, por vontade própria, que não possuía contas no exterior, uma mentira que, depois, foi desmascarada em rede nacional.

Outro assunto que continuará em 2015 será o impeachment da Dilma. Baseado nas chamadas pedaladas fiscais, constatadas pelo ex-deputado Augusto Nardes, do famigerado PP, partido mais denunciado em processos de corrupção. Augusto Nardes foi o responsável no TCU por elaborar um relatório sobre o orçamento da Dilma, e resolveu achar problema nas pedaladas, praticadas impunemente por diversos governos.

As pedaladas são apenas uma manobra para garantir o pagamento de juros da dívida pública, obrigação sagrada da lei de responsabilidade fiscal, e cumprida ao custo de políticas sociais. Os autores do impeachment acham que ao invés das pedaladas, o governo deveria atacar mais ainda direitos sociais.

Economia

O impeachment é estritamente político, e a opção por considerar as pedaladas um crime de responsabilidade é tão somente uma leitura injusta de uma lei injusta, a lei de responsabilidade fiscal. O governo tem problemas graves, mas não se pode dizer que não esteja satisfazendo os banqueiros. Nesse sentido, as pedaladas são um irrelevantes.

Além disso, os governos Beto Richa e Geraldo Alckmin ainda merecem um julgamento definitivo da sociedade.

Conseguiram a façanha de agredir, literalmente, a educação, com todos os recursos de repressão do Estado. Professores e estudantes que se manifestam por melhores condições de educação precisam ser recebidos com diálogo. Receberam agressões policiais de forma tão escandalosa que chegaram a receber o apoio da sociedade e da própria imprensa tradicional.

Ambos têm pretensões em 2018 e, se sobreviverem a 2017, quando ainda poderão receber processos de impeachment, eles não devem merecer o voto popular. Mas disputarão com a força de quem governa, e não se descarta que sejam eleitos.

Há muito por falar sobre as tarefas incompletas de 2015, o ano foi curto para tanta coisa. Que 2016 possa fazer justiça. Depende da nossa ação.

Nossa coluna estará em férias, acompanhando o recesso do Blog do Esmael. Desejamos a todos um ótimo ano e convidamos a retomar a leitura das nossas opiniões depois do recesso. Até lá. Forte abraço!!

*Bruno Meirinho é advogado, foi candidato a prefeito de Curitiba. É o coordenador local da Fundação Lauro Campos, instituição de formação política do PSOL. Ele escreve no Blog do Esmael às sextas-feiras sobre “Luta e Esperança”.

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