O Brasil inteiro se levanta contra chantagem de Cunha e da oposição

Charge de Paixão, na Gazeta do Povo.
Charge de Paixão, na Gazeta do Povo.

Há consenso entre os juristas de cepa democrática que o pedido de impeachment aceito ontem (2) pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), carece de elementos que o justifique. Ou seja, o processo iniciou-se como produto de uma chantagem e é esta a percepção da sociedade brasileira. Portanto, não há crime cometido pela presidente Dilma Rousseff (PT).

O aceite de Cunha foi comemorado pelos deputados de oposição, principalmente os do PSDB e DEM, que de forma oportunista condenam Dilma, mas ‘momentaneamente’ absolvem o presidente da Câmara.

O diabo é que Dilma está sendo caçada – vítima de tentativa de cassação agora — desde o fim da eleição de 2014, quando Aécio Neves (PSDB-MG) voltou atrás do reconhecimento da derrota que sofreu nas urnas. Aí não teve mais trégua na campanha de desconstrução da imagem da petista.

O bando que se reuniu pela destituição é o salvo-conduto que protegerá o mandato da presidente Dilma Rousseff. Portanto, ela tem uma oportunidade de ouro para dar um “cavalo de pau” no governo e na economia, bem como isolar os golpistas de plantão.

Dilma tem mais sorte que juízo porque a oposição que defende o impeachment é muito desmoralizada no sentido de desprovimento de moral ética. Quando a sociedade for convidada a comparar o que está em jogo, necessariamente, a presidente sairá fortalecida dessa inquisição que tem apoio de setores da velha mídia.

A burrada do pedido de impedimento possibilitará ao PT reagrupar a dispersada tropa. Também reposiciona politicamente a própria presidente: “Não possuo conta no exterior, nunca coagi instituições ou pessoas, nunca escondi dinheiro. Meu passado e presente atestam meu respeito à lei e à coisa pública”, disse ela ontem em pronunciamento.

Economia

Os aliados mais consequentes que estavam dispersos, igualmente, formam “linha” em defesa da Constituição e da democracia. Outros mais próximos, como o senador Roberto Requião (PMDB-PR), atuam na frente política desqualificando os oposicionistas chamando-os de “porras-loucas”.

PT, Dilma e Lula ganharam uma nova chance para “zerar” o placar e relançarem-se politicamente com vistas a 2018. Resta saber se terão maturidade e inteligência suficientes para atravessar esse Rubicão.

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