O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (16), manteve a votação secreta de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Câmara, que criou a comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
O magistrado argumentou que “não há ofensa à Constituição no fato de regimento da Câmara propiciar votação secreta”, mas ressaltou que a decisão da comissão especial deverá ter votação aberta no plenário.
Em 25 de novembro, o mesmo Fachin mandou que o Senado realizasse votação aberta acerca da continuidade ou não da prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), então líder do governo, acusado de atrapalhar investigações da Lava Jato.
Fachin foi indicado pelo STF graças ao empenho dos senadores paranaenses Alvaro Dias (PSDB) e Roberto Requião (PMDB). Coube a Dilma apresentar o nome do novo ministro ao Senado.
Depois de nomeado para o cargo, o ministro foi sorteado para julgar o caso do conselheiro Maurício Requião, irmão do senador Requião, que foi afastado em 2008 do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE). Fachin se declarou impedido.
O diabo é que se o ministro se declara impedido de julgar questões que envolvem “amigos”, também deveria fazê-lo nas matérias que envolvem “inimigos”. Por questão de coerência, o ministro Fachin não poderia votar nem favorável nem contra – muito pelo contrário — em todas as demandas que cheguem às suas mãos no STF.
A impressão que fica é que o ministro Edson Fachin se esforça para provar à burguesia que não é vermelho. Quer esconder o passado. Parece até que foi cooptado pela velha mídia e pela desgraça da vaidade, aquela puta velha que se traduz em homenagens e títulos em castelos onde se tramam os golpes.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.