Enio Verri*
Como em um tubo de ensaio o governador Beto Richa (PSDB) continua experimentando seus pacotes de maldades com o povo paranaense. Em uma brincadeira para lá de mau gosto, continua vendendo a imagem de um Estado próspero ao passo que anuncia tarifas absurdas e o fechamento de instituições públicas.
Sob os efeitos de milhões de reais gastos em publicidade – enquanto o Paraná convive com dificuldades financeiras que levaram ao anúncio de cortes de investimentos – o governador ultrapassa a má avaliação de seus companheiros Álvaro Dias e Jaime Lerner.
No mesmo caminho trilhado pelos dois ex-governadores, Richa não mede esforços para beneficiar aliados ao mesmo tempo em que penaliza a população e servidores públicos. Para os investidores, a abertura das estatais para o mercado financeiro. Para o funcionalismo, cavalaria e promessas não cumpridas.
O desrespeito é cada dia mais nítido. Sem pudor algum, o governador publicita suas maldades sem nenhuma preocupação com os impactos na vida dos paranaenses. E pior! Utiliza-se de jogo de cena, quando confrontado pela população, transferindo a responsabilidade a terceiros e encontrando formas alternativas para aprovar suas vontades.
Não é diferente com o fatídico dia 29 de abril, quando sob a pressão do funcionalismo, lançou bombas, tropa de choque, entre outros instrumentos de guerra contra professores. Nem mesmo os pedidos de lideranças políticas foram suficientes para a desistência de apropriar-se do fundo de aposentadoria dos servidores paranaenses.
Em cena hollywoodiana, Richa não só jogou bombas e agrediu professores, como ainda enganou os servidores ao não cumprir com os reajustes estabelecidos em lei. No mesmo caminho, promoveu campanha difamatória, colocando a população contra os grevistas, enfraquecendo a luta por uma educação de qualidade.
Repetindo os mesmos instrumentos, utilizou-se de todo seu poder midiático para ludibriar os paranaenses no que condiz com a democracia nas escolas. Após “abandonar” o anseio na indicação política para diretor de escola estadual, aprovou uma lei que atrela o mandato do mesmo a Secretaria de Educação.
Divulgada como a democratização do processo de eleição nas escolas, a publicidade governamental esquece de mencionar que embora todos tenham o direito ao voto, a manutenção no cargo depende da aprovação do Governo do Estado. Nada mais do que podar a independência do diretor na escola, alavancando barreiras para o desenvolvimento de políticas próprias e críticas as ações do Estado.
Mas o desrespeito não para por aí. Sob as rédeas dos investimentos massivos em meios midiáticos, o Governo do Estado agora tenta a todo custo fechar escolas pelos quatro cantos do Paraná. Em um discurso de economia e de melhor utilização do espaço, comprou guerra contra a população, ameaçando o funcionamento de instituições históricas.
Resta saber, qual será o ímpeto midiático e as ações estratégicas para convencer e ludibriar os paranaenses mais uma vez. Repetindo seus esforços para aprovar projetos de benefícios pessoais e prejudiciais aos que mais precisam do Estado.
*Enio Verri é deputado federal, presidente do PT do Paraná e professor licenciado do departamento de Economia da Universidade Estadual do Paraná. Escreve nas terças sobre poder e socialismo.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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