Em artigo, Aécio chora derrota sofrida para Dilma há um ano

Coletiva de Aécio Neves, em 26 de outubro de 2014, quando reconheceu a derrota para Dilma Rousseff.
Coletiva de Aécio Neves, em 26 de outubro de 2014, quando reconheceu a derrota para Dilma Rousseff.

O senador Aécio Neves, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (26), além de remoer a derrota sofrida há um ano, reclama que a presidenta Dilma Rousseff (PT) implementa de maneira “deturpada” seu plano de governo. “Soluções que apresentamos e foram hostilizadas passaram a ser agora perseguidas, ainda que de forma deturpada”, lamentou o tucano.

“A candidata vencedora fizera o inverso que prometera na campanha”, chora as pitangas, como se fosse vítima de um plágio.

Essencialmente, Aécio critica o governo do PT pela questão moral – como se fosse um campeonato – porque a política econômica adotada é a mesma que ele adotaria caso o vencedor da eleição de 2014 tivesse sido o PSDB.

Neste primeiro ano da derrota sofrida, o Ibope soltou pesquisa nada agradável para o senador tucano. De acordo com o instituto, se as eleições de 2018 fossem hoje, 23% dos eleitores votariam com certeza no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ante apenas 15% em Aécio. Também não são nada desprezíveis o índice de rejeição do senador do PSDB, que é de 47%.

Para Aécio, um ano depois da chapuletada eleitoral, ainda continua válida aquela hashtag das redes sociais: #ReconheceQueDoiMenos.

A seguir, leia a íntegra do artigo de Aécio Neves:

Economia

(In)feliz aniversário

Há exatamente um ano os brasileiros foram às urnas carregados de esperança. Era enorme a expectativa de que o país iniciasse uma era de prosperidade e reencontrasse seus valores mais caros. Um breve olhar para esses 12 meses só faz aumentar minha convicção de que a oposição travou na eleição o bom combate. 

Falando a verdade, apresentamos aos brasileiros os problemas que o país precisava enfrentar e as nossas ideias para superá-los. Infelizmente a candidatura vitoriosa privou o Brasil desse debate, optando por criar uma grande ilusão em relação à situação do país, usando e abusando da mentira e da calúnia como principais armas de campanha. 

O que prevíamos –e a presidente negava– aconteceu: o país parado, a economia em recessão, corrupção institucionalizada, ineficiência do governo escancarada, inflação e desemprego em disparada. 

Os riscos se avolumaram. Soluções que apresentamos e foram hostilizadas passaram a ser agora perseguidas, ainda que de forma deturpada. A candidata vencedora fez o inverso do que prometera na campanha. 

Mesmo sabendo da gravidade da situação fiscal do país e da necessidade urgente de ajustes, a presidente candidata insistiu na estratégia ilusionista até a última hora. No dia da eleição, publicou nesta Folha artigo pródigo em autoelogios e repleto de indicadores que já sabia serem insustentáveis.

Nele, ela se vangloriou das baixas taxas de desemprego, da inflação sobre controle e de “um importante equilíbrio macroeconômico”. Vendeu a ideia de um país governado com responsabilidade fiscal, quando já havia sido gestado o desastre em curso. 

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