Jorge Bernardi*
A atuação de Mauro Ricardo Costa, o todo poderoso secretário de finanças, verdadeiro Marques de Pombal do século XXI, faz lembrar o Paraná no período do Império. Naquela época os governadores da província eram nomeados pelo Imperador, normalmente políticos de outros estados, que para cá vinham, ficavam poucos meses, faziam o que queriam e depois iam embora como haviam chegado, sem deixar saudades.
A última invencionice do Secretário da Fazenda foi outro pacote de maldades contra o povo paranaense, sob o disfarce de Fundo de Combate à Pobreza. O que estava embutido no projeto, era mais um aumento de impostos, o confiscatório reajuste das alíquotas do ITDCM (Imposto de Transmissão “Causa Mortis’ e Doações de Quaisquer Bens e Direitos).
De quebra ainda o projeto revogava a exigência de autorização pelo legislativo paranaense da venda de ações de empresas públicas e de economia mista do estado. Na pratica o que o governo queria mesmo era privatizar as duas principais empresas do Paraná: Copel e Sanepar. Felizmente os deputados rejeitaram a proposta.
Aos olhos da opinião pública e dos servidores do estado, Mauro Costa, é quem de fato governa o Paraná. O governador Beto Richa é mera figura decorativa, que não pode participar em eventos públicos sob o risco de ser vaiado por professores, empresários e cidadãos comuns. É Costa quem manda. Ele faz o que quer, implantou verdadeira derrama, diante de uma Assembleia Legislativa passiva e inoperante.
Os protestos contra os aumentos dos tributos partiram de entidades como a OAB, Fiep, Fecomércio, Associação Comercial e outras. O aumento desenfreado de impostos, sem cortar gastos (R$ 18,00 tirados do povo em impostos, para R$ 1 de economia do governo), tornou o Paraná um dos estados campeões de inflação, chegando a 12% em Curitiba, contra 9% da média nacional. Isto está afetando gravemente a economia paranaense.
E se não bastasse, o governador Beto Richa foi citado em comprometedores e-mails de empresas envolvidas no Lava Jato. Há indícios de que recebeu dinheiro sujo da corrupção na campanha de 2010, quando derrotou o senador Osmar Dias, após censurar as pesquisas eleitorais.
As perguntas que ficam: a imprensa nacional dará o destaque que este fato merece? Ou vai ser esquecido como outros escândalos que envolveram o governador e sua equipe? E a justiça vai apurar a corrupção no estado com o rigor e a celeridade que se exige? Só o tempo dirá.
*Jorge Bernardi, vereador de Curitiba pelo PDT, é advogado e jornalista. Mestre e doutorando em gestão urbana, ele escreve aos sábados no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.