Para vigiar professores, Richa cria “Big Brother” por meio de relatório de frequência nas escolas do PR

richa_bb_escolasO governador Beto Richa (PSDB) determinou esta semana alterações no Relatório Mensal de Frequência de Profissionais de Educação (RMF) com o objetivo de “tirar o sangue” e ter maior controle sobre a vida dos professores e servidores dentro das 2,1 mil escolas da rede pública do Paraná. Nem o programa Big Brother Brasil (BBB), na TV Globo, espia com tanta eficiência a “casa mais vigiada” do país.

A ideia do tucano é saber todos os passos dos educadores, tais como o horário que cada qual chega e eventuais “atrasos” nos estabelecimentos, além das já existentes “falta justificada” e “falta injustificada” para registro e desconto no contracheque dos trabalhadores. Também devem ser anotados os atestados de até três dias, que não precisam de perícia médica, e os mesmos devem ser enviados junto com os relatórios.

Atualmente, em cada escola, há um rígido controle interno das direções na frequência e, em caso de falta ou atraso, a reposição de aulas e serviços ocorre sem traumas entre as partes. Tudo funciona dentro do combinado previamente.

O objetivo de Richa é constranger os profissionais do magistério com esse novo RMF, pois, no topo do relatório já aparece como uma ameaça trecho da Lei 6174, de 1970:

“Artigo 160: O funcionário perderá: II – um terço do vencimento ou remuneração do dia, quando comparecer ao serviço com atraso máximo de uma hora, ou quando se retirar antes de findo o período de trabalho”. Ou seja, o governo retoma uma lei da época da ditadura militar para “esfolar” os educadores.

Segundo o secretário de Comunicação da APP-Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues, esta é mais uma medida coercitiva para intimidar os educadores.

Economia

“O governo está mudando a lei para eleição dos diretores de escola, que ficarão proibidos de fazer greve, sob pena de perderem o cargo; agora quer descontar cada minuto de atraso dos servidores, isso é perseguição. Mas a APP vai fazer a defesa da categoria e exigir que os eventuais atrasos sejam negociados diretamente nas escolas”, completou.

O fato é que Beto Richa não perdoa os professores pela queda de sua popularidade, ao mostrarem aos paranaenses a real face ditatorial, bem como a roubalheira generalizada em seu governo.

A revolta é grande no meio educacional que se esforça diuturnamente para oferecer um serviço de qualidade à sociedade. Agora, por que não fazer um relatório de controle de frequência para o governador e seus “cibercomissionados” nas secretarias e empresas como Copel e Sanepar?

Veja como ficou o formulário do relatório:

http://www.esmaelmorais.com.br/wp-content/uploads/2015/09/rmf.pdf

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