Coluna do Alvaro Dias: O monstro da dívida pública

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Em sua coluna desta quarta-feira, o senador Alvaro Dias (PSDB) critica o governo federal pelo excesso de gastos com o aumento da dívida pública; tucano também detona escolha para resolver as contas aumentando impostos; senador afirma que cortes prometidos pela presidenta Dilma Rousseff (PT) ainda não se efetivaram na prática. Leia, ouça, comente e compartilhe o texto.

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Alvaro Dias*

A recessão da economia brasileira será duradoura, e não conseguimos enxergar sinais otimistas por parte do governo Federal. O descontrole dos gastos públicos foi determinante para a completa desestruturação da política econômica.

A expansão fiscal com excesso de desonerações, beneficiando áreas específicas, intervenção na economia com a concessão de juros subsidiados em que o BNDES foi o carro-chefe e a manutenção de uma taxa de câmbio artificialmente controlada foram campo fértil para produzir estragos na economia.

Ao exilar a política econômica estabilizadora, a esquizofrenia catatônica, chamada de nova matriz econômica, gerou consequências trágicas para a sociedade brasileira.

A perda do grau de investimento determinou um caminho mais difícil para sairmos da recessão nos próximos anos.

Economia

O Brasil, em dezembro de 2015, terminará o ano com a mais elevada dívida do mundo, na relação do Fundo Monetário Internacional, entre os países emergentes. Batendo na casa dos quatro trilhões de reais, a dívida poderá atingir 70% do PIB.

O impacto da dívida pública na desestruturação das contas do governo não é recente. Ela decorre de empréstimos que o governo toma da sociedade para financiar partes das suas despesas. Os maiores credores são bancos brasileiros com suas carteiras de títulos. No Orçamento de 2015, o governo gastou R$1,356 trilhão para rolar a dívida, correspondendo a 47% do Orçamento. Ou seja, quase metade de tudo o que o povo brasileiro paga de impostos é usado na amortização, no pagamento de juros e serviços dessa monumental dívida.

Se não partir para forte ajuste nas contas públicas, com coragem e sem medo da popularidade fácil, no futuro, fatalmente, a situação se agravará. O Congresso deveria formular projeto de lei determinando um limite para a dívida bruta do governo da União, fixando percentual e agregando ao crescimento do PIB.

O povo brasileiro não suportará mais encargos tributários para que o governo continue a rolar de forma incompetente a dívida pública crescente no nosso País.

*Alvaro Dias é senador pelo PSDB e líder da Oposição no Senado Federal. Ele escreve nas quartas-feiras para o Blog do Esmael sobre “Ética na Política”.

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