OAB repudia fim do exame para advogados e diz que deputados querem desvalorizar a profissão

exameoabO parecer favorável à extinção do exame da OAB, dado pelo deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), causou grande indignação na Ordem dos Advogados do Brasil. Relator do projeto que prevê o fim do exame, Barros disse que a prova é um privilégio ilegítimo, inconstitucional e absurdo. Mais que isso, disse que: “o exame é um privilégio odioso perante as demais classes e que deve ser erradicado do nosso meio”.

Barros disse contar com o apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. O curioso é que os aliados citados por Barros são inimigos viscerais, mas isso é outra pauta.

As declarações do deputado causaram uma reação quase que instantânea na OAB. Em nota, a seção paranaense da entidade (OAB-PR) qualificou a decisão como irresponsável, inconsequente e mal embasada. “Uma lamentável tentativa de justificar os motivos não técnicos da conclusão do mencionado parecer”, diz trecho da nota.

A OAB acredita que a extinção do exame iria prejudicar a qualidade do serviço jurídico no país. “A extinção do Exame de Ordem chancelará a baixa qualidade do ensino jurídico no Brasil, cuja quantidade de cursos assombra o mundo. O fim do Exame de Ordem servirá de prêmio aos cursos jurídicos descompromissados, e de incentivo à permanência da dramática baixa qualidade no ensino de direito”.

Simpático aos suínos com estrabismo, popularmente conhecido como leitão vesgo, Barros foi acusado de jogar com interesses de milhares de bacharéis de direito que tentam acesso a carreira de advogados, ao tempo que emitiu seu parecer justamente no dia quem se comemora o Dia do Advogado, 11 de agosto.

“A escolha, claramente deliberada, da data em que se comemora o Dia do Advogado, para apresentação do citado parecer, demonstra cabalmente a intenção espetaculosa e o desejo de visibilidade de seu autor, procurando valer-se da expectativa de milhares de bacharéis que aspiram ao acesso à carreira de advogado para promover-se pessoalmente”, encerrou a OAB em nota à imprensa.

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