Coluna do Jorge Bernardi: “Ligações perigosas” – Governo Aécio, construtoras da Lava Jato e o Paraná

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Em sua coluna semanal, Jorge Bernardi (PDT) aponta as possíveis ligações entre esquemas de corrupção que teriam sido criados em Minas Gerais pelo PSDB de Aécio Neves com os desvios desbaratados pela operação Lava Jato e com as suspeitas de corrupção no governo do Paraná investigadas pelo Gaeco. Leia, ouça, comente e compartilhe.

Jorge Bernardi*

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Tudo começou em Minas e é para Minas que tudo vai voltar. Foi assim com o mensalão, inventado pelo governador tucano Eduardo Azeredo (PSDB), operado pelo publicitário Marco Valério. O “Mensalão Mineiro” ainda não deu em nada. Os acusados estão livres, leves e soltos. Já pelo Mensalão do PT, Valério cumpre 37 anos, 5 meses e 6 dias de prisão.

Em 2007, segundo governo de Aécio Neves (PSDB), teve início a construção Centro Administrativo de Minas, projeto de Oscar Niemayer. A época, Aécio andava próximo de Lula e chegou a ser acusado de ter feito corpo mole na campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) de 2006.

O empreendimento foi apontado pelo governador tucano como “a maior obra de engenharia civil em execução na América Latina”. O custo previsto de R$ 900 milhões de reais no final dobrou chegando a R$ 1,7 bilhão (R$ 2,4 bilhões atualizados em 2015 pelo IGP-M).

Denominado de “Cidade Administrativa de Minas”, a obra foi dividida em três lotes, e executada por três consórcios.

Economia

LOTE 1 (Consórcio)

LOTE 2 (Consórcio)

LOTE 3 (Consórcio)

Camargo Correa

Odebrecht

Andrade Gutierrez

Santa Barbara

OAS

Via Engenharia

Mendes Júnior

Queiroz Galvão

Barbosa Mello

Das nove empreiteiras que compunham os consórcios seis (em negrito) estão sendo processadas no Lava Jato. O Ministério Público de Minas chegou a investigar a formação de cartel e fraude a licitação, sem resultado algum.

Se estas construtoras corromperam na Petrobras, será que também não houve corrupção em Minas? O sucessor de Aécio, atual senador Antônio Anastasia, está sendo acusado de ter recebido, de um operador de Youssef, R$ 1 milhão.

Estranho nesta história envolvendo empresas do Lava Jato é que a então secretária de Administração da Prefeitura de Curitiba, Dinorah Nogara (gestão Ducci), atual secretária Estadual de Administração de Beto Richa (PSDB), coordenou projeto para construir o Centro Administrativo de Curitiba, aos moldes do de Minas, projeto de Niemayer.

Dinorah foi citada na Operação Voldemort, que investiga fraudes em licitações de oficinas mecânicas tendo como pivô Luiz Abi, primo do governador do Paraná. Ela conseguiu, no Tribunal de Justiça do Paraná, anular o processo alegando foro privilegiado.

A esperança dos brasileiros é que a Policia Federal e os Procuradores da República, comandados por Delton Dallagnol, consigam encontrar o fio de Ariadne para desvendar o mistério e as ligações perigosas do Governo Aécio com as Construtoras da Lava Jato e a tentativa da construção do Centro Administrativo de Curitiba.

Se foi em Minas onde tudo começou, é aqui no Paraná que o enigma está sendo decifrado.

*Jorge Bernardi, vereador de Curitiba pelo PDT, é advogado e jornalista. Mestre e doutorando em gestão urbana, ele escreve aos sábados no Blog do Esmael.

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