Coluna do Jorge Bernardi: Roubalheira e crimes no governo Richa continuarão impunes, como dantes?

bernardi_crimes_impunes_richaJorge Bernardi*

A ocasião faz o ladrão, é o ditado popular. A carreira política do governador Beto Richa está manchada por escândalos desde sua eleição a deputado estadual. Na Assembleia Legislativa, houve os casos da sogra e do gabinete fantasma. O “primo distante”, Luiz Abi, fora um dos nomeados para o gabinete virtual do ex-deputado Beto Richa, que exercia o cargo de vice-prefeito de Curitiba.

Em 2000, Beto Richa disputou a Prefeitura de Curitiba como vice de Cassio Taniguchi. Aquela eleição foi marcada pelo maior escândalo financeiro de Caixa 2 de todos os tempos. Nela foram utilizados, de forma ilícita, R$ 29,8 milhões (R$ 97,7 milhões atualizados pelo IGP-100 em 05/2015) não declarados à Justiça Eleitoral, que contribuíram para a eleição de Taniguchi e Richa.

Dinheiro sujo da corrupção.

As estripulias de Taniguchi e Richa não deram em nada. Cumpriu-se a máxima: “na guerra, no amor e na política o único crime é perder”. Mais um escândalo sem ser apurado, graças a omissão dos responsáveis por denunciar e punir. O “bom moço” continuou sua carreira política impune.

Na reeleição de Richa à Prefeitura de Curitiba, em 2008, outro escândalo: “Comitê Lealdade”. Candidatos foram flagrados pelo Fantástico recebendo dinheiro também não declarado à Justiça Eleitoral. O caixa 2 rendeu muito barulho, nenhuma punição. E o “político diferente e moderno’, como diziam, prosseguiu crescendo.

Economia

Em 2010, Beto Richa foi a grande esperança de milhões de paranaenses, inclusive funcionários públicos que viam nele a imagem do pai, para governar o Paraná. Ele conseguiu censurar pesquisas eleitorais que apontavam o crescimento de seu adversário e, assim, vencer às eleições. Certamente outras irregularidades mais graves daquela eleição permanecem ocultas.

As delações dos fiscais da Receita Estadual mostram a verdadeira radiografia do Governo Beto Richa: roubalheira, corrupção, violência e caos administrativo. Empresários foram coagidos, ameaçados, extorquidos e R$ 4,3 milhões da corrupção para a reeleição do governador. Outra campanha suja, portanto.

No que vai dar isso tudo? Em nada, como das vezes anteriores? Após a falência do Estado, o massacre dos professores, a cúpula da Receita Estadual na cadeia, o primo preso, o escândalo do IAP, blindagem fiscal de amigos, os paranaenses podem esperar o que? A sujeira continuará ignorada por aqueles que têm o dever constitucional de agir? Justo agora que o Estado tem um ministro no STF depois de 100 anos?

O tempo dirá se o Paraná está ou não mudando.

*Jorge Bernardi, vereador de Curitiba pelo PDT, é advogado e jornalista. Mestre e doutorando em gestão urbana, ele escreve aos sábados no Blog do Esmael.

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