Coluna do Enio Verri: “Saída do HSBC do Brasil traz prejuízos para o Paraná”

hsbcEnio Verri*

Envolvido em esquema de lavagem de dinheiro que o colocou no núcleo de investigação criminal e em dificuldades financeiras pelo mundo, o HSBC Brasil anunciou o término das operações e colocou as agências, reproduzindo o processo que ocorre na Turquia, à venda.

Até então, nenhuma novidade. Com perdas excessivas na América Latina e com dificuldades pelo mundo afora, abre suas portas a outras instituições, ocasionando uma transição extremamente comum no mercado financeiro. Aparentemente, um fato que pouco implica em nossas vidas.

Eis o ponto de controvérsia. A saída do HSBC não apenas representa uma queda na arrecadação para os cofres públicos curitibanos, sede da instituição financeira no Brasil, como também ameaça milhares de empregos formais e terceirizados.

Ao todo no País, o banco emprega formalmente 21,7 de funcionários, desses 7,1 mil em Curitiba e Região Metropolitana, além de estagiários e terceirizados. Também condiz com o movimento de restaurantes e estabelecimentos que sobrevivem de quem trabalha nas agências e na sede administrativa.

Longe de defender a instituição financeira. Trata-se apenas de estabelecer o diálogo entre o poder público, sindicato dos bancários e o HSBC para minimizar o impacto na vida de milhares de paraenses e a perda do recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), que representou R$ 84 milhões para os cofres de Curitiba no ano passado.

Economia

A extinção das agências e o fechamento dos edifícios administrativos pode ocasionar uma reação em cadeia na economia de Curitiba e, consequentemente do Paraná, a partir do aumento do desemprego, redução de renda e arrefecimento do recolhimento de impostos, exigindo, assim, uma força tarefa para garantir a manutenção das atividades e o número efetivo de funcionários.

O risco é eminente! Sem a devida atenção, o Paraná corre o risco de não apenas perder uma grande empresa sediada em seu território, como também, assistir seus impostos, rendas e empregos serem enxugados, quando não redimensionados para outros estados.

É com este intuito que colocamos nosso mandato a disposição para o diálogo e o enfrentamento da crise instaurada pela saída do HSBC do Brasil. Contem conosco!

*Enio Verri é deputado federal, presidente do PT do Paraná e professor licenciado do departamento de Economia da Universidade Estadual do Paraná. Escreve nas terças sobre poder e socialismo.

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