A Assembleia Legislativa já recebeu mensagem do judiciário concedendo parcela única 8,17% de reposição salarial. Mas há “má vontade” do governador Beto Richa (PSDB) para com os professores e funcionários de escolas em greve.
“Há má vontade o Palácio Iguaçu com os professores”, acusou o deputado Professor Lemos (PT).
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O governo do estado fez uma quarta proposta que prevê três parcelas de 3,45%, no estilo crediário Casas Bahia. A APP-Sindicato também rejeita a fórmula.
Os educadores pleiteiam 8,17% em parcela única sob pena de a greve continuar nas 2,1 mil escolas do Paraná.
Os grevistas acusam o governador do PSDB de planejar a reprovação de 1 milhão de alunos visando fazer caixa, pois, segundo eles, o cancelamento do ano letivo e o fechamento das escolas não “gerariam despesas”.
Acerca do imbróglio
Perto de 100% de rejeição dos paranaenses, Beto Richa parece nem aí com a greve na educação. Quer derrotar o movimento no “cansaço”. Aposta na perda de fôlego dos grevistas e na sua divisão — inclusive utilizando-se de guerra suja contra os professores que já massacrou no dia 29 de abril.
Por enquanto, vai prevalecendo no Palácio Iguaçu a linha do enfrentamento. Quem perde é a sociedade em geral e 1 milhão de alunos que correm o risco de reprovarem por culpa de um governador que se elegeu dizendo ser do “diálogo”, mas que na prática trata a educação na borduna.
O diabo é que os servidores do judiciário terão em parcela única de reposição de 8,17%. Que fique claro que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) nada faz do que cumprir a lei, diferente da postura do governador Beto Richa que inicialmente propôs 5% para professores e servidores em greve.
É verdade que o judiciário tem rubrica orçamentária “própria”, mas trata-se de dinheiro público e por isso mesmo depende de anuência da Assembleia Legislativa. Portanto, o distinto público não pode encarar a Justiça como uma ilha isolada da realidade paranaense. Por isso tem que haver isonomia entre os servidores.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.