Coluna do Marcelo Araújo: “Com Fruet, o pão sempre cai com a manteiga para baixo”

ciclistasMarcelo Araújo*

Pedir desculpa é diferente de pedir perdão. Desculpar significa o reconhecimento que não houve culpa, tira o peso da culpa que a pessoa estaria carregando. O perdão não exclui a responsabilidade ou culpa, mas estabelece que isso não será retomado ou cobrado doravante.

No dia 22 de abril o Prefeito Gustavo Fruet esteve com familiares das vítimas de acidentes com ciclistas, procurando dar satisfação do que tem feito, mas admitiu que se sente cúmplice quando acontece um acidente. Em nota a Prefeitura fez um ‘mea culpa’ dizendo que os esforços precisam ser redobrados. Interpreto que o prefeito quis pedir desculpas, quando na verdade deveria pedir perdão.

Seis ciclistas mortos no período de um mês (20/3 a 20/04) em Curitiba e outros 3 na Região Metropolittana, sendo o último enquanto eu escrevia esse texto no dia 26. São números assustadores.

O blog ‘Ir e Vir de Bike’ do blogueiro e jornalista Alexandre C. Nascimento, respeitado e legitimado por seu histórico na causa, tem acompanhado par e passo os acontecimentos. Ele fez duras críticas ao prefeito, especialmente pelo não cumprimento de promessas, falácias da secretária de trânsito quando assumiu a pasta, e do prefeito quando assumiu o cargo, aliás simbolicamente assumiu a gestão indo de bike (clique aqui). Os ciclistas não estão satisfeitos e cobram postura digna e firme do prefeito, características que se encontram afastadas de sua atual personalidade.

Eis que diante de tanta tragédia surge uma polêmica que pode facilmente classificar-se como escândalo. Num dos acidentes o caminhão que se envolveu na morte do ciclista não parou e se evadiu do local. Uma câmera de segurança permite identificar a logo da empresa. O veículo é apresentado na delegacia desmembrado de seu tacógrafo. Em seguida, a postagem de um cicloativista; aliás, pai de um dos coordenadores de ciclomobilidade da Setran, (Jaques Brand, pai de Jorge Brand, o Goura), levanta a hipótese que a empresa pertenceria a um dos donos da Gazeta do Povo, Mariano Lemanski.

Economia

Ao invés da empresa ‘Novilho Nobre’ fazer algum esclarecimento, ou mesmo a pessoa física de Mariano Lemanski, é a GRPCom que faz uma nota de esclarecimento, falando em nome de terceiros, que tal empresa já não pertence a pessoa física do citado. Já surgiu outra hipótese que a empresa teria sido vendida, mas retomada por descumprimento da tratativa comercial, que gerou embate judicial entre Novilho Nobre, Frigorifico Balsa Nova e Edmundo Lemanski.

Ao intervir em nome de pessoas física e jurídica distintas de sua personalidade, o grupo GRPCom comprometeu sua isenção no caso, especialmente quando tirou as postagens e comentários do periódico na forma virtual. Literalmente’ passou o recibo’ da parcialidade com essa atitude.

Tenho reiterado minha tese do ‘dedinho podre’. Gustavo assume a causa dos ciclistas e os ciclistas começam a morrer a granel. Diz que vai oferecer melhores condições aos agentes de trânsito e pela primeira vez na história um morre baleado. O pão dele sempre cai com a manteiga pra baixo. Convida ele para uma pescaria: ou não vai pescar nada ou vai pescar tanto que o barco vai afundar.

De multa eu entendo!

*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas terças-feiras para o Blog do Esmael.

Deixe um comentário