Ricardo Mac Donald*
Quando você quer medir febre, existe o termômetro que informa com certeza científica o grau de temperatura do seu corpo. A mãe também costuma não errar ao por a mão na testa do filho para ver se está com febre. Mas, nas eleições, será que as pesquisas podem dar a mesma certeza?
Aí temos que considerar a mão, não da mãe, mas do homem. Norton Macedo, craque de eleições passadas, e que nunca quis escrever suas memórias, já dizia no começo dessa prática no Brasil, que as pesquisas podiam oscilar e muitas vezes oscilavam ao sabor da clientela que pagava.
Nos últimos dez anos, somam-se vários casos de erros gritantes (Rubens Bueno, Osmar Dias e Gustavo Fruet que o digam), a ponto de ter sido proposta uma CPI para pesquisas, juntamente com o endurecimento das regras para evitar escambos.
Das suspeitas, mas não dos erros, tem se salvado apenas o Datafolha pela sincera providência de que não vende pesquisas, apenas as faz para veículos de comunicação, evitando candidatos, governantes e interesses econômicos.
Por outro lado, não dá para acreditar em cartomantes, bruxos e nigromantes que sempre apostam que, neste ano, o Sarney vai morrer, e não conseguem prever nem suas próprias derrotas.
O que fazer? Claro que as pesquisas influenciam a tendência do eleitor, mas não custa lembrar a única sacada inteligente do último debate dos candidatos a governadores, quando um deles disse que eles não eram cavalos de corrida para que o eleitor apostasse (votasse) no vencedor.
Você mesmo pode escolher. Deixe que o verdadeiro resultado apareça nas urnas.
*Ricardo Mac Donald Ghisi é advogado, secretário Municipal de Governo de Curitiba. Escreve à s sextas no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.