Coluna do Requião Filho: sem trocadilhos, façamos como o carvalho

Requião Filho, em sua coluna desta quinta, sem citar nomes, critica os marqueteiros Oliveiros Marques, da petista Gleisi Hoffmann, e Marcelo Cattani, do tucano Beto Richa; segundo o colunista, os profissionais da propaganda iludem os eleitores paranaenses como se fossem mágicos peritos em falsear a realidade; "Tem gente que quer olhar pra frente e apagar o passado" e outro que "procura um Paraná que acredite em Papai Noel, coelhinho da Páscoa, propaganda enganosa e promessas não cumpridas"; especialista em políticas públicas, Requião Filho recomenda estilo de conduta: Sejamos como o carvalho que a cada tempestade finca mais fundo as suas raízes, a cada raio reforça seu caule, a cada ventania dança ao vento, mas mantém-se firme e plantado no chão que o nutre!; leia o texto e compartilhe.
Requião Filho, em sua coluna desta quinta, sem citar nomes, critica os marqueteiros Oliveiros Marques, da petista Gleisi Hoffmann, e Marcelo Cattani, do tucano Beto Richa; segundo o colunista, os profissionais da propaganda iludem os eleitores paranaenses como se fossem mágicos peritos em falsear a realidade; “Tem gente que quer olhar pra frente e apagar o passado” e outro que “procura um Paraná que acredite em Papai Noel, coelhinho da Páscoa, propaganda enganosa e promessas não cumpridas”; especialista em políticas públicas, Requião Filho recomenda estilo de conduta: Sejamos como o carvalho que a cada tempestade finca mais fundo as suas raízes, a cada raio reforça seu caule, a cada ventania dança ao vento, mas mantém-se firme e plantado no chão que o nutre!; leia o texto e compartilhe.
Requião Filho*

A minha história, o meu caráter, o meu rumo são definidos pelo meu passado, pela minha criação. O meu partido tem tradição, e dessa tradição eu tenho orgulho. Represento e sustento os programas do PMDB, que nasceram da indignação e da luta de um povo contra a ditadura. Sei porque sou PMDBista, sei de onde veio o Partido, reconheço os erros que foram cometidos e luto dentro da agremiação para que eles não sejam repetidos. Me sinto à  vontade dentro do PMDB.

Tem gente que quer olhar pra frente e apagar o passado. Perigo (!) eminente uma vez que, se buscam esquecer o passado, com certeza cometerão os mesmos erros.

Somos nós consequências de nossos erros e o somatório de nossos acertos. Crescemos quando tomamos consciência de nossos erros e corrigimos nosso rumo. Aprender com nossos erros é obrigação, estudar o passado e aprender com os erros daqueles que nos precederam pode evitar que erremos em vão. Como pode alguém saber onde quer chegar se quer ignorar de onde veio?

Outra explicação, mais simples, é a vergonha e a vontade de querer esconder um passado. Querem que nós apaguemos de nossa memória um passado recente, querem olhar para a frente simplesmente porque não conseguem justificar e explicar o que fizeram.

Não gostei dessa história de esconder o passado e querer olhar pra frente… especialmente sendo este o slogan de um partido que, como o PMDB, nasceu forjado na luta. No caso, o PT foi fundado por gente de esquerda e por sindicalistas que se confundiram em certo momento com a nossa história.

Economia

Os esquerdas de Gramsci acreditaram no viés leninista dos sindicalizados do ABC e em levante por direitos dos trabalhadores recolheram trotskistas e até stalinistas, se organizaram, e com uma militância invejável lutaram, insistiram na política até chegarem à  Presidência de nossa República.

Essa história merece respeito, merece ser contada e usada como exemplo por alguns de nossos partidos brasileiros. Esconder e renegar toda uma história é estranho, e quem renega os seus não merece o apoio daqueles que ajudaram a escrever a história do Brasil.

Mas entendo… não é o PT que tem vergonha de sua história! O problema deve ser um marqueteiro, que busca desassociar a candidata PTista daquilo que ele acredita assustar os eleitores mais conservadores do Paraná. O pior é um candidato do PT aceitar isto!

Será que ela não quer olhar para trás e reconhecer os avanços sociais da era Lula? Será que o mensalão e a nomeação de assessores presos por crimes inomináveis ou deputados afastados por práticas que o PT abomina é tudo que ela vê no passado de seu partido? Seria a candidata um corpo estranho à  militância deste que é o segundo maior partido do Brasil?

Vamos olhar para trás, vamos aprender com aqueles que sabem mais do que nós mais novos. Respeitar e aprender com quem já tem experiência não é demérito, é sinal de amadurecimento. Honrar quem construiu uma história, não esquecer de onde viemos, aprender e evoluir com os erros do passado nos fazem evoluir e, sim, seguir em frente.

Ser uma metamorfose ambulante pode ser perigoso. O político que se ajusta ao recipiente assim como um líquido (por mais viscoso) não é bom para o país. Sejamos como o carvalho que a cada tempestade finca mais fundo as suas raízes, a cada raio reforça seu caule, a cada ventania dança ao vento, mas mantém-se firme e plantado no chão que o nutre. Façamos como o carvalho e nos dias de sol cresçamos e na adversidade nós fortaleçamos carregando em nós com orgulho as cicatrizes de nossa história.

Em relação ao outro slogan não há nem o que discutir. O outro procura um Paraná que acredite em Papai Noel, coelhinho da Páscoa, propaganda enganosa e promessas não cumpridas. Esses não têm história, não têm obras, não têm do que se orgulhar. Eles são do grupo que nunca: que nunca elevou o tom de voz, que nunca falou um palavrão, que nunca se indignou diante da miséria, que nunca aprendeu que respeito é muito mais que uma palavra de marqueteiro jogada na mídia e pretexto para o desleixo, a incompetência e a preguiça.

*Requião Filho é advogado, especialista em políticas públicas, escreve à s quintas no Blog do Esmael.

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