Caso Santander: Gazeta do Povo vê em editorial atitude “bolivariana” de Dilma

Jornal curitibano Gazeta do Povo, assim como seus semelhantes nacionais Veja, Folha, Estadão, etc., se organiza no Instituto Millenium; trata-se do oráculo neoliberal dos barões da velha mídia, saudosistas da ditadura militar, que não suportam um projeto de afirmação nacional porque agem como capachos dos Estados Unidos; caso Santander, infelizmente, é apenas mais um capítulo que a decadente imprensa brasileira escreve sobre seu comportamento vira-latas, em relação ao estrangeiro, da conspiração contra o próprio país, em nome do ódio de classe e da retomada do poder para as elites que governaram esta nação por mais de 500 anos.
Jornal curitibano Gazeta do Povo, assim como seus semelhantes nacionais Veja, Folha, Estadão, etc., se organiza no Instituto Millenium; trata-se do oráculo neoliberal dos barões da velha mídia, saudosistas da ditadura militar, que não suportam um projeto de afirmação nacional porque agem como capachos dos Estados Unidos; caso Santander, infelizmente, é apenas mais um capítulo que a decadente imprensa brasileira escreve sobre seu comportamento vira-latas, em relação ao estrangeiro, da conspiração contra o próprio país, em nome do ódio de classe e da retomada do poder para as elites que governaram esta nação por mais de 500 anos.
O tradicional jornal curitibano Gazeta do Povo, em editorial desta quinta-feira (31), literalmente “trocou os sinais” ao acusar o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) de reagir de forma “autoritária” — na verdade quis dizer “bolivariana”, sinônimo chique que a velha mídia usa para medidas nacionalistas — no caso do banco espanhol Santander, que em comunicado a clientes de alta renda, na semana passada, associou possível piora nas condições da economia ao crescimento da candidata do PT nas pesquisas de opinião.

Na última segunda (28), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na abertura da 14!ª Plenária Estatutária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Guarulhos, na Grande São Paulo, que não tem lugar no mundo onde o Santander esteja ganhando mais dinheiro que no Brasil!. Aqui no Brasil o Santander ganha mais que em Nova York, Londres, Pequim, Paris, Madri e Barcelona!.

Dilma classificou a tentativa de interferência do Santander no processo eleitoral brasileiro como “inadmissível, lamentável”.

A recomendação do Santander desencadeou onda de protestos de bancários em todo o país. “Não permitiremos que atos terroristas de bancos, como o Santander, coloquem em risco a democracia no Brasil, que foi duramente conquistada após muita luta e sangue nos últimos 50 anos”, condenou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

A Gazeta do Povo, assim como seus semelhantes nacionais Veja, Folha, Estadão, etc., se organiza no Instituto Millenium. Trata-se do oráculo neoliberal dos barões da velha mídia, saudosistas da ditadura militar, que não suportam um projeto de afirmação nacional porque agem como capachos dos Estados Unidos. Portanto, o caso Santander, infelizmente, é apenas mais um capítulo que a decadente imprensa brasileira escreve sobre seu comportamento vira-latas, em relação ao estrangeiro, da conspiração contra o próprio país, em nome do ódio de classe e da retomada do poder para as elites que governaram esta nação por mais de 500 anos.

A seguir, leia a íntegra do editorial pró-Santander na Gazeta do Povo:

Economia

Reação autoritária

Quando um cliente confia seu dinheiro a um banco, o mínimo que espera da instituição e de seus funcionários é um aconselhamento sincero sobre as perspectivas da economia e as melhores formas de fazer render os recursos depositados. Aos analistas do banco cabe interpretar os sinais vindos de diversas fontes e traçar cenários com base em possibilidades futuras. Foi o que o banco Santander fez na semana passada, quando enviou a clientes do segmento Select (com renda mensal acima de R$ 10 mil) um informe no qual dizia que se a presidente [Dilma Rousseff] se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas [de intenção de voto para a Presidência], um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia, revertendo parte das altas recentes!. A reação a essa análise mostrou o quanto o país !“ ou pelo menos algumas de suas lideranças !“ ainda pode estar longe de um genuíno apreço pela liberdade de expressão.

O presidente do PT, Rui Falcão, deixou fluir a verve totalitária que lhe é característica e falou em terrorismo eleitoral!. Instituições bancárias ou financeiras não podem fazer manifestações que interfiram na decisão do voto!, afirmou. Terrorismo econômico! foi a expressão usada pelo site Muda Mais, vinculado à  campanha de Dilma Rousseff. A presidente, em sabatina a alguns veículos de comunicação, classificou o episódio como inadmissível!. Um país não deve aceitar uma interferência de qualquer instituição financeira de qualquer nível!, disse. O ex-presidente Lula, bem menos sutil, pediu a cabeça dos responsáveis. Botín [Emílio Botín, presidente mundial do Santander], é o seguinte, querido: tenho consciência de que não foi você quem falou. Mas essa moça tua que falou não entende p… nenhuma de Brasil, e nada de governo Dilma. Manter uma mulher dessa em cargo de chefia, sinceramente!¦ Pode mandar embora e dar o bônus dela pra mim que eu sei o que falo!, afirmou na segunda-feira, em evento da CUT. Na terça-feira, Botín confirmou uma demissão. Antes, o banco já tinha publicado uma nota em que, entre outras coisas, reforçava sua convicção de que a economia brasileira seguirá sua bem-sucedida trajetória de desenvolvimento!.

Classificar o informe do Santander de interferência eleitoral! é completamente descabido. Trata-se de uma análise habitual, enviada ao mesmo grupo restrito que recebia os demais informes, e que faz parte das obrigações do banco para com seus clientes. Aliás, o texto meramente dá conta do comportamento dos mercados !“ basta verificar como a bolsa sobe logo após a divulgação de cada pesquisa em que a vantagem de Dilma em relação aos adversários cai. A maneira como foi escrito o relatório pode até ser questionável (embora os clientes provavelmente estejam mais preocupados com a precisão das previsões que com seu linguajar), mas é fato que a perspectiva da manutenção de uma política econômica equivocada, que está levando o Brasil a um cenário de baixo crescimento e tolerância com a inflação, causa e deveria causar apreensão não só entre os mais ricos !“ afinal, são os pobres os que mais sofrem com estagnação econômica e preços em alta. Análises como a do Santander fazem parte do jogo democrático, algo difícil de entender para quem não admite opiniões divergentes.

E não deixa de ser irônico o fato de o governo que acusa bancos privados de interferência eleitoral! usar os bancos estatais para fazer política, seja usando seus lucros para ajudar a fechar as contas (como apontou relatório recente do Tribunal de Contas da União), seja usando a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil para forçar reduções de juros. Além disso, o partido que acusa o Santander de terrorismo eleitoral! não vê problemas em frases como Se o Aécio ganhar a eleição ele vai acabar com a conquista que se consolidou com o presidente Lula, de valorização do salário mínimo!, dita pelo presidente da CUT no evento de segunda-feira.

Na Argentina, onde o governo manipula os números da inflação, economistas já foram processados por divulgar estatísticas independentes, e a Justiça chegou a pedir dados pessoais de jornalistas que escreveram matérias sobre a alta de preços. Na sabatina de segunda-feira, Dilma prometeu uma medida bastante séria! em relação ao Santander, sem entrar em detalhes e ressaltando que antes conversaria com a diretoria do banco. Se suas ações futuras forem guiadas pelo voluntarismo que ela deixou transparecer na reação ao episódio, será preciso lembrá-la de que o Brasil é uma democracia cuja Constituição felizmente impede qualquer medida de caráter ditatorial.

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