Depois de 4 anos, ex-governador Pessuti e senador Requião sentaram à mesma mesa, nesta quinta (29), em Curitiba, durante ato em defesa da candidatura própria ao governo do Paraná; almoço que também homenageou o vice Michel Temer reuniu 500 lideranças do partido no estado; senador fez gestos rumo a Pessuti e quebrou o protocolo para garantir a palavra ao ex-vice e sucessor; ex-deputado Rocha Loures, que patrocinou essa Conferência da Paz!, assim analisou o evento: parece ser pouco, mas hoje foi dado um passo importante para a volta do PMDB ao governo do Paraná; como dizem os sábios chineses, para iniciar uma grande caminha é importante sempre o primeiro passo; Blog do Esmael transmitiu o evento ao vivo.
O evento, transmitido ao vivo pelo Blog do Esmael, previa apenas quatro discursos: dos deputados Cleiton Kielse e Osmar Serraglio, de Temer e do senador Roberto Requião — que tinha toda a torcida jogando a seu favor.
Requião quebrou o protocolo ao passar o microfone ao ex-governador Orlando Pessuti. Segundo Requião, ato político sem a palavra do sucessor não valia nada. Aliás, na sua fala, o senador distribuiu afagos a Pessuti.
“Meu governo e do Pessuti”, disse Requião, ao se referir aos projetos realizados pelos governos do PMDB. O pré-candidato citou o ex-vice e antecessor pelo menos quatro vezes em seu discurso.
Michel Temer, o candidato
O vice-presidente viu hoje que pisava em ovos no encontro do Paraná. Candidato a continuar na chapa da presidenta Dilma Rousseff (PT), Temer evitou entrar em bola dividida ao defender a unidade partidária em torno da candidatura própria. Em nenhum momento se falou em coligação com o PSDB de Beto Richa.
Essa posição de aparente “neutralidade” do vice deverá ser mantida pelo menos até 10 de junho, quando o PMDB nacional realizará sua convenção. A postura de magistrado lhe garantirá 100% dos votos dos delegados paranaenses na convenção partidária. Após essa data, Temer apontará a candidatura de Requião ao Palácio Iguaçu.
O encontro desta quinta foi um repeteco do que ocorreu há dois anos em Curitiba. Nas eleições de 2012, pela Prefeitura da capital, a discussão era a mesma — coligação com o então prefeito Luciano Ducci (PSB) ou candidatura própria de Rafael Greca — e os personagens eram praticamente os mesmos que hoje estão em contenção (clique aqui).
O ato peemedebista serviu para reforçar uma impressão a Temer, que o leitor já tem aqui há meses: Requião está na pista e é para valer. Para todos os atores do partido não é interessante a intervenção, portanto, o ex-deputado Rocha Loures continuará tentando o consenso na figura de Requião, que por sua descarta uma candidatura obtida no tapetão.
A pré-campanha interna do PMDB tende a dar mais musculatura à candidatura de Requião, pois cada vez mais ele rompe o cerco da “censura na mídia” ao dialogar com setores que vão além dos convencionais da sigla. Pesquisas de opinião já o apontam na liderança pelo Palácio Iguaçu em diversas regiões do estado.
Parece ser pouco, mas hoje foi dado um passo importante para a volta do PMDB ao governo do Paraná. Como dizem os sábios chineses, para iniciar uma grande caminha é importante sempre o primeiro passo. Foi dado!, comemorou Rocha Loures.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.