Há 9 dias, continua o impasse na greve dos ônibus em Ponta Grossa

Após nove dias, a greve de motoristas e cobradores de ônibus de Ponta Grossa segue sem previsão para terminar. Na última segunda-feira, os trabalhadores recusaram a proposta de acordo feita pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR). à‰ um impasse não muito diferente do que está acontecendo em Florianópolis, Salvador, Rio de Janeiro, São Luiz, entre outras cidades. O mesmo que Curitiba viveu em fevereiro. à‰ a mesma conjuntura que desencadeou a onde de manifestações em junho do ano passado.
Após nove dias, a greve de motoristas e cobradores de ônibus de Ponta Grossa segue sem previsão para terminar. Na última segunda-feira, os trabalhadores recusaram a proposta de acordo feita pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR). à‰ um impasse não muito diferente do que está acontecendo em Florianópolis, Salvador, Rio de Janeiro, São Luiz, entre outras cidades. O mesmo que Curitiba viveu em fevereiro. à‰ a mesma conjuntura que desencadeou a onde de manifestações em junho do ano passado.

A greve de motoristas e cobradores da Viação Campos Gerais (VCG) iniciada em 19 de maio segue sem data para terminar. Na última segunda-feira, os trabalhadores recusaram a proposta feita pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR) com reajuste de 7,5% no salário e 30% no vale-alimentação. Essa foi a terceira tentativa de acordo. A primeira foi mediada pelo Ministério do Trabalho em Ponta Grossa e as outras duas pelo TRT em Curitiba.

Mesmo com o funcionamento mínimo da frota determinado pela justiça chegando a 50% nos horários de pico, a população, em especial os trabalhadores, seguem sofrendo duras consequências. E o pior é que o desfecho vislumbrado para o impasse deve penalizar ainda mais a população. A Secretaria de Planejamento do Município prevê que a passagem suba de R$ 2,60 para R$ 3,10 !“ 18% de aumento !“ caso a reivindicação dos trabalhadores seja integralmente atendida.

Mas nada disso é novidade. Essa história se repete Brasil a fora há décadas. Difícil citar uma cidade grande ou média em que a administração municipal não seja refém das concessionárias ou empresas de transporte coletivo. Os trabalhadores, por seu lado, acabam servindo de massa de manobra, como foi por muitos anos em Curitiba, em que as greves seriam combinadas entre patrões e sindicato, servindo como chantagem ao poder público. Combinadas ou não, as greves são (quase) sempre cômodas para os empresários, pois o problema é sempre do prefeito (e dos vereadores).

A onda de manifestações ocorrida em junho do ano passado começou pelos 20 centavos e acabou servindo de descarga para todos os tipos de insatisfação, das mais diversas matizes. Mas serviu para abalar, pelo menos em parte, o ciclo vicioso de greve !“ pressão !“ aumento da passagem !“ maior lucro para! as empresas.

à‰ claro que os trabalhadores e seus sindicatos podem e devem se manifestar e fazer greve sempre que julgarem necessário. Mas isso só já não basta. à‰ preciso que esse debate avance e o modelo seja revisto. Do jeito que está, parece filme da sessão da tarde, cheio de reviravoltas, mas com final já bastante manjado.