Presidente da Fiep vê “treta” na privatização da Sanepar

Presidente da poderosa Federação das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo, nesta sexta (11), criticou a privatização da Sanepar; empresário vê com desconfiança a transferência de R$ 350 milhões para as mãos de sócios privados quando esse dinheiro poderia ter sido revertido para resolver inúmeros dos gargalos que temos na questão do saneamento básico em vários municípios do Paraná, principalmente naqueles com menor IDH"; empresário também enxerga treta! nas mudanças nas ações da companhia aprovadas pela Assembleia Legislativa. Tudo isso nos faz questionar se, na prática, a Sanepar não estaria agindo como uma empresa meramente privada, visando o lucro ao explorar um bem comum, que é a água, e um serviço essencial para a sociedade paranaense!, protesta Campagnolo.
Presidente da poderosa Federação das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo, nesta sexta (11), criticou a privatização da Sanepar; empresário vê com desconfiança a transferência de R$ 350 milhões para as mãos de sócios privados quando esse dinheiro poderia ter sido revertido para resolver inúmeros dos gargalos que temos na questão do saneamento básico em vários municípios do Paraná, principalmente naqueles com menor IDH”; empresário também enxerga treta! nas mudanças nas ações da companhia aprovadas pela Assembleia Legislativa. Tudo isso nos faz questionar se, na prática, a Sanepar não estaria agindo como uma empresa meramente privada, visando o lucro ao explorar um bem comum, que é a água, e um serviço essencial para a sociedade paranaense!, protesta Campagnolo.
O empresário Edson Campagnolo, presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), nesta sexta-feira (11), disse achar estranho que as alterações aprovadas pela Assembleia Legislativa resultem em um lucro de R$ 350 milhões para o sócio privado da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná).

No último dia 3, a Sanepar emitiu um comunicado ao mercado em que informava que o acionista Dominó Holdings S. A., principal sócio privado da companhia, solicitou a conversão de 57,8 milhões de ações ordinárias de sua propriedade no mesmo número de ações preferenciais. Essa conversão é possível pelo fato de, com a nova abertura de capital prevista no projeto aprovado pela Assembleia, a empresa ingressar no Nível 2 de Governança Corporativa da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA).

Tudo isso nos faz questionar se, na prática, a Sanepar não estaria agindo como uma empresa meramente privada, visando o lucro ao explorar um bem comum, que é a água, e um serviço essencial para a sociedade paranaense!, afirmou Campagnolo.

Será que esse ganho que está sendo possibilitado ao sócio privado não poderia ter sido revertido para resolver inúmeros dos gargalos que temos na questão do saneamento básico em vários municípios do Paraná, principalmente naqueles com menor IDH – o àndice de Desenvolvimento Humano?!, questionou o empresário.< O presidente da Fiep questiona ainda se realmente haveria a necessidade de capitalização da Sanepar neste momento !“ pelo projeto, o capital social da companhia passará dos atuais R$ 2,6 bilhões para R$ 4 bilhões, através do lançamento de novas ações na BM&FBOVESPA. Ele argumenta que o lucro da Sanepar distribuído a seus sócios privados vem crescendo ano a ano. Em 2013, a companhia teve lucro de R$ 403 milhões, 20% maior que o registrado em 2012, com o montante distribuído aos acionistas chegando a R$ 127 milhões !“ 4,4% a mais do que no ano anterior. Será que a companhia precisa continuar com essa distribuição generosa de lucros entre seus acionistas?!, protestou. Além disso, apesar de o governo afirmar que não há riscos de o Estado perder o controle da companhia !“ alegando que as ações lançadas serão preferenciais (sem direito a voto) e não ordinárias (com direito a voto) !“ Campagnolo também mostra preocupação em relação ao futuro da Sanepar. à‰ preciso avaliar se todas essas mudanças não vão colocar em risco o controle da companhia pelo Estado!, declara o presidente do Sistema Fiep. Por fim, mesmo na hipótese de que não haja riscos em relação ao controle da companhia conforme defende o Estado, o presidente do Sistema Fiep questiona o principal argumento apresentado pelo governo para justificar o aumento do capital social da Sanepar, que seria uma forma de capitalizar a empresa para que possa continuar realizando investimentos em saneamento básico. Essa justificativa nos deixa ainda mais preocupados, já que para investimentos em saneamento básico existem recursos a fundo perdido disponibilizados por diversos organismos financeiros globais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento!, declara. Como esses recursos também podem ser acessados por empresas públicas, novamente essa medida nos faz pensar se a Sanepar está mais interessada no lucro de seus acionistas ou no acesso da população à  água e a serviços de saneamento!, conclui.

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