Coluna do Ricardo Mac Donald: “A burocracia é uma máquina sem cérebro”

Ricardo Mac Donald, em sua coluna desta sexta, relata a quarta parte da série "A difícil arte de governar"; capitão do time do prefeito Gustavo Fruet declara guerra à  burocracia pública a qual ele classifica como "máquina sem cérebro"; colunista, que é Secretário Municipal do Governo de Curitiba, também abriu antes outras frentes de batalha: os buracos nas ruas e os postes clandestinos na capital de todos os paranaenses; hoje, porém, mostra erudição clássica ao mergulhar nos ensinamentos de Alexis de Tocqueville, na História da França e da Inglaterra, para concluir que pouca coisa mudou depois de 280 anos; Pouco do que se arrecada chega à s pontas. aí se compreende as manifestações de junho passado...!; leia o texto.
Ricardo Mac Donald, em sua coluna desta sexta, relata a quarta parte da série “A difícil arte de governar”; capitão do time do prefeito Gustavo Fruet declara guerra à  burocracia pública a qual ele classifica como “máquina sem cérebro”; colunista, que é Secretário Municipal do Governo de Curitiba, também abriu antes outras frentes de batalha: os buracos nas ruas e os postes clandestinos na capital de todos os paranaenses; hoje, porém, mostra erudição clássica ao mergulhar nos ensinamentos de Alexis de Tocqueville, na História da França e da Inglaterra, para concluir que pouca coisa mudou depois de 280 anos; Pouco do que se arrecada chega à s pontas. aí se compreende as manifestações de junho passado…!; leia o texto.
Ricardo Mac Donald*

A burocracia faz com que o Brasil seja um corpanzil apoiado em duas pernas raquíticas. Gasta-se grande parte da arrecadação com a máquina pública. à‰ como se gastássemos grande parte da energia (impostos) apenas com o giro do aparato, restando apenas uma pequena parte para produção.

Pouco do que se arrecada chega à s pontas. Daí se compreende as manifestações de junho passado, cuja motivação pode se traduzir assim: nós que pagamos impostos queremos melhores serviços de transporte, saúde, segurança e educação. A movimentação descambou em violência e não teve direção eficaz, produzindo poucos resultados positivos.

Quando pensamos na modernidade e na democracia que hoje garante o debate, o contraditório e a crítica, convém passar os olhos nos fatos históricos que tornaram isso possível.

Alexis de Tocqueville, grande pensador francês do século XIX, elucidou as causas da Revolução Francesa de 1789, no seu livro L!´ancien régime et la révolution. O rei, para manter a pompa e o luxo de Versailles, garantia à  corte inúmeras imunidades e privilégios. Chegava a vender determinados cargos de governo que lhe rendiam benesses, enquanto o povo sofria com as obrigações que lhe eram impostas; pedágios, corvéias e direitos feudais que ainda sobreviviam.

Quanto aos serviços, cito o autor relatando fatos de 1733: o volume da papelada é enorme e a lentidão do procedimento administrativo é tamanho que nunca observei prazo inferior a um ano para resolver casos tão simples como a obtenção de licença para o conserto do campanário ou do presbitério de uma paróquia. O pedido só costuma ser atendido após nada menos que dois ou três anos.!

Economia

280 anos depois, essa situação não nos soa familiar?

Antes da Revolução Francesa, outro rei perdeu a cabeça. Foi na guerra civil inglesa que Oliver Cromwell instaurou uma breve República, onde já defendia o voto universal, mas durou apenas quatro anos e decapitou a Charles I, em janeiro de 1649. Também lutando contra a tirania e a opressão dos americanos, em 1776, declararam sua Independência.

Chegamos à  modernidade, e quando se critica esta máquina sem cérebro, que é a burocracia, visa-se o seu aperfeiçoamento.

Isso veremos no último capítulo, quando procuraremos demonstrar, também, quem leva vantagem nesse estado de coisas.

*Ricardo Mac Donald Ghisi é advogado, secretário Municipal de Governo de Curitiba. Escreve à s sextas no Blog do Esmael.

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