O barulho ensurdecedor nas galerias da Assembleia Legislativa do Paraná, na tarde desta segunda (16), ajudou a pressionar o governo Beto Richa (PSDB) a recuar na votação do projeto que privatizava a saúde no estado. Já no início da sessão, o líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), anunciou a retirada da mensagem que cria a Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná (FUNEAS-PARANà).
Diante da decisão do governo, o deputado Gilberto Martin (PMDB) comemorou o recuo. Para ele, a proposta de criação da Fundação dava muito poder para uma estrutura que nem foi debatida suficientemente no legislativo.
“Impossível ser a favor desse projeto de lei. Muito menos aprová-lo em regime de urgência, como foi proposto. Afinal, estamos tratando do combalido sistema público de saúde de nosso estado, que poderia não suportar os imediatos e futuros problemas que tal proposta viria acarretar”, observou Martin.
Na sexta 13, em Nota Pública, Fórum das Entidades Sindicais de Servidores Públicos Estaduais, que reúne 16 organizações, alertou que a privatização da saúde e demais serviços públicos no afogadilho poderiam resultar em prisões no governo. O conjunto de entidades lembrou o caso das terceirizações no município de Londrina, Norte do estado, que terminou na polícia com prisões efetuadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Devido a vaias vindas das galerias para os governistas, a sessão de hoje à tarde precisou ser suspensa por quase meia hora pelo presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB). A interrupção da sessão ocorreu no momento em que Traiano rebatia a informação da oposição de que o estado está quebrado financeiramente. O tucano também anunciava que o governador Beto Richa (PSDB) antecipou o pagamento do 13!º salário do funcionalismo para quarta (18).