por Marcelo Araújo*
Um dos problemas que tem sido constatado pelos usuários do Parque Barigui é a dificuldade de convivência pacífica entre ciclistas, corredores e caminhantes. Não podemos esquecer também dos que utilizam equipamentos como rollers e skates, lembrando também que nesta segunda-feira os skates serão tema de debate em Audiência Pública na Câmara Municipal (clique aqui).
Quando eu estava à frente da Secretaria de Trânsito, em 2012, verifiquei que o projeto não previa a divisão das finalidades de uso (bike, corrida e caminhada), pois na visão da Secretaria de Meio Ambiente sendo um local para lazer e contemplação os espaços deveriam ser todos compartilhados.
Como atleta que sou sabia que isso não daria certo, e após muito debate houve compreensão e consenso.
A tese é simples: no Barigui há corredores que utilizam o local para treinos intensos, tanto de fundo quanto de tiros. Não se presta a treinos ciclísticos, mas havendo espaço, pedestres devem ser separados de ciclistas.
Por fim há pessoas que caminham, apreciam a paisagem, passeiam com crianças. Corredores imprimem velocidades que variam entre 12 e 20 km/h. Ciclistas em passeio entre 15 e 25 Km/h. Pedestres entre três e 6 Km/h. Tudo isso considerando ainda que não há sentido único de direção.
Temos um belo exemplo de convívio harmonioso e absoluto respeito a essa disciplina que é o Parque Dra. Sarah Kubitscheck (Parque da Cidade), em Brasília, que possui percursos que variam entre quatro e 10 km de perímetro. Lá na ciclofaixa os ciclistas literalmente treinam. Não há divisão entre pedestres corredores e caminhantes, mas também não há conflitos nem intolerância.
Infelizmente vemos no nosso Barigui que, quando há “invasão” de uma das pistas, o seu destinatário demonstra intolerância e desrespeito, ocorrendo inclusive acidentes. Há sinalização, mas parece que está faltando a presença do executivo (quem sabe Secretaria do Esporte, Setran e Guarda Municipal) para dar uma organizada e evitar os conflitos.
Restar-nos-á ainda a questão dos rollers e skates, que não adianta varrer pra baixo do tapete, e sim enfrentar e encontrar uma boa solução.
Para encerrar, os balizadores de metal utilizados para evitar que automóveis entrem nas pistas já mostraram o quão são perigosos, já tendo ocorrido acidentes gravíssimos. Para um ciclista se desequilibrar numa manobra evasiva, ou mesmo a dificuldade de percepção do obstáculo, já mereceria rever se é adequado mantê-los.
De multa eu entendo!
*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas segundas-feiras para o Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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