Professora Marlei, da APP-Sindicato, nega dobradinha eleitoral com tucano Flávio Arns

Professora Marlei, via Facebook, nega acordo eleitoral com o secretario Flávio Arns; a petista é pré-candidata a deputada federal e o tucano é pré-candidato a deputado estadual; ela diz que seu histórico de lutas, no meio sindical, é incongruente com a dobradinha.
Professora Marlei, via Facebook, nega acordo eleitoral com o secretario Flávio Arns; a petista é pré-candidata a deputada federal e o tucano é pré-candidato a deputado estadual; ela diz que seu histórico de lutas, no meio sindical, é incongruente com a dobradinha.
Na segunda-feira (8), este blog registrou que a presidenta da APP-Sindicato, Professora Marlei, pré-candidata a deputada federal pelo PT, estaria estudando dobradinha eleitoral com o vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns, pré-candidato a deputado estadual (clique aqui para relembrar).

Este blogueiro, em conversa com Professora Marlei, havia se comprometido em conceder o direito ao contraditório. Cumpro reproduzindo a manifestação da dirigente sindical, em seu perfil no Facebook, negando a dobradinha com o tucano.

A seguir, leia íntegra do texto de Professora Marlei:

“Há pessoas que fazem a história e há pessoas que vivem da história de outros”

Prezados companheiros e companheiras

Não costumo dar ouvidos, especialmente nas redes sociais, à  notícias maldosas e baseadas em supostas informações!. Até porque supostas informações!, quando informadas! ao bel prazer de alguns, são, no mínimo, inconsequentes. Porém, também não costumo ficar calada diante de injustiças. Prefiro responder.

Economia

Por isso, hoje utilizo meu precioso tempo para contrapor uma matéria do blog do esmaelmorais. Texto que considero desqualificador da minha trajetória de luta e da responsabilidade que tenho enquanto presidenta da maior entidade sindical deste Estado: a APP-Sindicato. Tarefa da qual, por sinal, me orgulho muito e encaro, todos os dias, com cuidado e zelo sem medidas. Registro que gosto muito do trabalho que cumpro e que não o realizo sozinha. Temos uma Direção Estadual composta por 17 companheiros e companheiras, mais 29 Diretorias Regionais eleitas, também compostas por 17 companheiros e companheiros.

Minha história não me permite calar. Estou indignada com a falta de respeito do blogueiro, que disse ter recebido informações!. Ora, no mínimo, damos crédito a informações verdadeiras. Nunca discuti com o secretário de Educação além daquilo que é estritamente institucional das negociações. Se sou presidenta de uma entidade que representa servidores estaduais, tenho, obrigatoriamente, que debater com o governo que aí está. Caso contrário, debateria a pauta com quem?

A luta de nossa categoria também foi desrespeitada pela matéria!, pois temos instâncias de definições políticas, como a Assembleia Estadual da APP, que definiu pela suspensão da greve em 9 de maio deste ano. Esta instância do sindicato é formada por representações de todas as regiões. Na data, 80%, dos mais de dois mil presentes, votou pela suspensão da greve, portanto, a decisão foi da categoria.

Estão à  disposição todos os materiais oficiais da APP, nos quais a entidade manifesta os princípios históricos pelos quais se pauta, e sempre se pautou: na defesa intransigente da escola pública, de qualidade social para todos, e na defesa de seus trabalhadores/as. Nossos materiais têm criticado não só as políticas educacionais que encontram abrigo no projeto neoliberal, assim como as demais políticas públicas que estrategicamente não fortalecem o que é público e vão privatizando o Estado. A APP-Sindicato produziu material de formação político-sindical realizando análise do plano de metas do Estado e debateu com a categoria. Quero lembrar que em 5 de dezembro de 2011 ocupamos a Assembleia Legislativa do Paraná, mesmo que em poucos militantes, contra o primeiro projeto de terceirização deste governo. Eu estava lá.

O governo disputa a política o tempo todo e com suportes muito mais poderosos. Nós, trabalhadores e trabalhadoras da Educação lutamos incessantemente para avançar em nossas reivindicações. Tudo com muito esforço e determinação, que passa também pela negociação. O governo diz que concedeu! em suas matérias e propagandas. Nós sabemos que foi com muito embate, unidade da categoria, mobilizações permanentes e direção política. Conquistamos, sim, mesmo num governo de matriz neoliberal, mais de 50% de reajuste ao magistério, com a importante conquista da Lei do Piso (11738/2008), reformulamos a carreira dos funcionários de escola que permite um reajuste ampliado este ano além de reajuste por titulação: luta nossa.

Em 13 de dezembro de 2010, em mobilização, o governo Pessuti autorizou a contratação de 5 mil agentes educacionais I, que concretizamos nos dois primeiros meses do novo governo, que tentou retroagir e não permitimos. E ainda conquistamos mais uma ampliação do concurso de 2007 (já no prazo limite) e um novo concurso (esse cheio de problemas e que estamos lutando dia a dia por cada direito dos professores), além da hora-atividade de 33%, com 30% esta semana, da forma como sempre defendemos (sobre hora-aula e não hora relógio).

Isso tudo não arrefeceu a luta do sindicato e nem estamos satisfeitos. Temos, ainda, uma pauta longa e de muitas reivindicações que se anunciam, construída passo a passo com nossa categoria.

Atuo na política geral, desde o grêmio estudantil. E lá se vão 32 anos de intensa militância. Acredito e defendo a democracia, as instituições democráticas e as lutas do povo brasileiro e dos povos do mundo. Somo-me a muitas dessas lutas. Defendo as eleições democráticas tanto para o Executivo como para o Legislativo. Não o atual modelo eleitoral. Quero Plebiscito Popular para uma Reforma Política que traga o financiamento público de campanha e que, assim, a classe trabalhadora e popular possa ter mais representações, não só o capital financeiro como o principal definidor, como é hoje. Quero voto em lista e paridade de gênero. Quero uma participação popular que atinja, inclusive, o Poder Judiciário, aonde poucos chegam. Sou filiada ao Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, uma opção pessoal e política de minha trajetória. A pré-candidatura a qualquer instância democrática é legítima e será uma construção coletiva, partidária e dos movimentos sociais.

Assim, não aceito as insinuações publicadas por este blog. As alianças têm como princípios o mesmo projeto político. Conheço e atuo a favor da aliança democrática e popular. Tenho a consciência tranquila de meu trabalho e fico indignada quando me acusam, de forma vil, de coisas que não fiz e que não fazem parte de minha trajetória. Ou mesmo quando tentam atingir a APP-Sindicato, pela qual respondo, hoje, política e juridicamente.

Luto pela liberdade de imprensa, mas pela regulação da mídia brasileira. Luto pelos blogueiros progressistas e contra qualquer forma de punição financeira sofrida pelos blogs progressistas que têm compromisso com a verdade.

Ao fim, reafirmo meu compromisso com a classe trabalhadora à  qual pertenço e com as lutas sociais.

Marcharemos até que todas sejamos livres!.

Marlei Fernandes de Carvalho
Professora e pedagoga da Rede Estadual de Ensino
Presidenta da APP-Sindicato
Coordenação do Fórum das Entidades Sindicais
Integrante da Marcha Mundial das Mulheres/PR
Coordenadora do Fórum Paranaense em Defesa da Escola Pública, Gratuita e Universal

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