Acampamento de servidores pressiona contra parcelamento da data-base; assista ao vídeo

Os deputados estaduais votam hoje, em plenário, o parcelamento da data-base dos servidores públicos. A proposta enviada pelo governo do Paraná promete apenas a reposição da inflação no período (6,49%), dividida em duas parcelas iguais. Isso compromete R$ 68,7 milhões por mês dos cofres do Estado, cuja despesa bruta com pessoal vai chegar a R$ 12 bilhões neste ano. As parcelas seriam pagas em maio e julho.

O projeto passou ontem pela Comissão de Constituição e Justiça. O relator, Nereu Moura (PMDB), recomendou a aprovação da medida, sendo acompanhado pelos demais parlamentares. Apenas Tercílio Turini (PPS) se opôs, votando contra. ”Eu sou a favor do reajuste, mas contra o parcelamento. O governo tem que arranjar o dinheiro para pagar em parcela única, pois se trata de uma decisão política. A reposição da inflação é o mínimo, se quisesse parcelar tinha que negociar valores maiores”, reclama o político.

Turini, que é servidor licenciado da Universidade Estadual de Londrina (UEL), diz que o Executivo devia seguir o exemplo do Tribunal de Justiça e do Ministério Público, que darão o mesmo aumento aos seus funcionários, mas pagos em parcela única. ”Esse dinheiro vem da mesma fonte, que é o contribuinte. Qual a razão da diferença?”, questiona o político. Após devolver R$ 160 milhões dos cofres do Legislativo para o governo Beto Richa (PSDB), a Assembleia também vai parcelar o reajuste aos servidores em duas parcelas. A despesa anual bruta da AL com pessoal é de R$ 530 milhões.

Hoje os políticos transformam o plenário em comissão geral e, se desejarem, podem votar integralmente o parcelamento da data-base num só dia. Ademar Traiano (PSDB) tem usado repetidamente essa ”manobra” (comissão geral e sessões extraordinárias, com dispensa de redação final), enquanto líder do governo na Assembleia, para votar matérias de interesse da administração tucana.

Na semana passada, Traiano pediu ”sensibilidade” aos servidores públicos. Afirmou que o governo estadual, por conta na queda de repasses federais ao Paraná, não tinha condições financeiras para pagar a data-base em uma única parcela. O pedido não dissuadiu o Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, que ontem acampou em frente ao Palácio Iguaçu, numa vigília que começou à s 19 horas e seguiria até hoje cedo.

Economia

Durante o ato de protesto, os sindicatos se reuniram para organizar emendas ao projeto que será votado em plenário. Além do pagamento em parcela única, os membros do fórum pleiteiam reajuste igual ao dado para o salário mínimo regional (12,69%) e aumento de mais 1%, para compensar a dedução maior para a Paraná Previdência. As emendas devem ser encaminhadas pela bancada de oposição, cujo líder é Tadeu Veneri (PT).

por José Lazaro Jr, da Folha de Londrina, e imagens da RPCTV.

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