Quando se fala em greve de professores no Paraná, necessariamente, vem à mente 30 de agosto de 1988. Naquele fatídico dia, educadores e cavalaria da PM entraram em confronto em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba, depois de 15 dias de paralisação. Na época, o governador era àlvaro Dias, hoje senador pelo PSDB.
Na semana que vem, dia 13 de março, vinte e cinco anos depois daquele triste dia, será a vez do governador Beto Richa (PSDB) encarar os cerca de 120 mil professores e funcionários das 2,1 mil escolas da rede pública do Paraná. Eles vão deflagrar nova greve por seus direitos negados nos últimos dois anos.
Como dantes, a cavalaria da Polícia Militar será convocada para recepcionar os mestres das escolas públicas em protesto na capital? Como eles serão tratados pelo neoaliado do senador àlvaro Dias?
O que querem desta vez os educadores com a greve vindoura?
Além da valorização profissional, vão lutar pelo cumprimento da Lei Nacional do Piso dos Professores (LNP) que prevê a implantação de 33,3% de hora-atividade (período dentro da jornada de trabalho do professor para atividades extraclasse); aumento salarial de 7,12% para se alcançar o novo valor do piso; aprovação de adequações na carreira e reajuste de 8,59% para os funcionários de escolas; instituição de um novo modelo de atendimento à saúde dos servidores. Outra demanda diz respeito à revisão e ao debate da matriz curricular do ensino fundamental, adotada no final do ano passado pelo governo sem a devida consulta aos educadores.
à‰ bom frisar que o jornalista Sylvio Sebastiani, em seu último livro, isenta o senador àlvaro Dias de qualquer responsabilidade pelo confronto de 1988. Para os professores, no entanto, é a mesma coisa que negar a existência de Deus.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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