Depois dos gays e lésbicas, agora são as mulheres que repudiam o pastor Marco Feliciano

Depois de ser alvo de protestos de gays e ativistas dos direitos humanos, organizados em todo país, agora pastor Marco Feliciano enfrenta a fúria das mulheres. Será que ele vai resistir à  pressão?
Depois de ser alvo de protestos de gays e ativistas dos direitos humanos, organizados em todo país, agora pastor Marco Feliciano enfrenta a fúria das mulheres. Será que ele vai resistir à  pressão?
Sabe aquele cara que todos gostam, inclusive as mulheres? Esse cara não é o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Depois levar pancada de gays, lésbicas e afrodescentes nos últimos dias, em virtude de declarações homofóbicas e racistas, agora é a vez de as mulheres repudiarem o parlamentar evangélico.

Tem um agravante nisso tudo, pois não se trata apenas de um deputado federal, mas do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados.

Nesta quarta-feira (20), a secretária Municipal da Mulher de Curitiba, Roseli Isidoro, divulgou nota de repúdio a Feliciano. Pela tese infeliciana”, a independência feminina estimula homossexualidade.

Na nota de repúdio, a secretária afirma que “este tipo de afirmação [de Feliciano] tenta jogar por terra toda uma história de lutas pela equidade de gênero, pela promoção da autoestima e pela independência financeira de mulheres, que sofrem agressões e que são escravizadas por uma sociedade dominantemente patriarcal”.

A seguir a nota de repúdio da secretária Roseli Isidoro:

Nota de Repúdio

Economia

São lamentáveis as declarações feitas pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC-SP) em entrevista para o livro Religiões e política; uma análise de atuação dos parlamentares evangélicos sobre direito das mulheres e LGBTs no Brasil!, amplamente divulgada nos veículos de comunicação nacionais, onde afirma na página 155: Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos!.

Este tipo de afirmação tenta jogar por terra toda uma história de lutas pela equidade de gênero, pela promoção da autoestima e pela independência financeira de mulheres, que sofrem agressões e que são escravizadas por uma sociedade dominantemente patriarcal. Dá as costas a uma necessidade urgente de rever conceitos e confronta uma tendência nacional de políticas públicas voltadas à s necessidades de mulheres oprimidas, mutiladas e jogadas à  própria sorte justamente por viverem subjugadas a um modelo retrógrado de relações sociais e de tomadas de decisão, em que as mulheres estariam à  margem da cidadania.

à‰ inadmissível que uma liderança política e religiosa de alto escalão, formador de opinião, com grande impacto nos meios de comunicação de massa e com título de liderança dos direitos humanos, faça declarações de cunho pessoal contrárias ao artigo 5!º da Constituição Brasileira de 1988 que enfatiza: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à  vida, à  liberdade, à  igualdade, à  segurança e à  propriedade!, e trata sobre os direitos e garantias fundamentais: homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.! http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Sou a favor de um modelo familiar em que a mulher exerça papel de protagonista ao lado do marido, que construa seus projetos, que realize sonhos e que possa ter uma vida digna, livre de violência.

Sou a favor de uma sociedade na qual cada cidadão tenha seus direitos assegurados e respeitados, de forma igualitária, e acredito que a opinião do pastor não reflita a do conjunto do grupo religioso a que ele pertence, que é regido por princípios humanitários, pela solidariedade e espírito cristão.

Roseli Isidoro
Secretária Municipal da Mulher de Curitiba

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