A Mídia já julgou, condenou e executou a médica no caso da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba

Alguns leitores deste blog, embalados pelo "efeito manada" produzido pela velha mídia fascista, infelizmente, acreditam que a médica Virgínia e os demais são culpados. Para eles, nem precisa de julgamento. à‰ preciso executar logo a pena, se possível com a de morte. Eu já vi esse filme antes, na política...
Alguns leitores deste blog, embalados pelo “efeito manada” produzido pela velha mídia fascista, infelizmente, acreditam que a médica Virgínia e os demais são culpados. Para eles, nem precisa de julgamento. à‰ preciso executar logo a pena, se possível com a de morte. Eu já vi esse filme antes, na política…
Volto hoje à  polêmica acerca da denúncia contra a médica Virgínia Helena Soares de Souza, ex-chefe da UTI no Hospital Evangélico de Curitiba, acusada formalmente ontem (11), juntamente com outros sete profissionais da saúde, de abreviar a vida de pacientes terminais.

O Ministério Público do Paraná os acusa de homicídio e formação de quadrilha, estampam as primeiras páginas dos jornais no estado.

Embora escutas telefônicas revelem diálogos fortes que médicos mantêm entre si no cotidiano, o que choca os leigos, evidentemente, não acredito que um grupo tenha se reunido com o claro objetivo de deliberar o assassinato de pacientes indefesos.

Nessa denúncia do MP, falta o motivo principal. Tem que haver uma razão econômica, religiosa, enfim, tem que existir ao menos um beneficiário direto ou indireto para que se justifiquem os supostos homicídios. Falta o cadáver! nessa história. Do contrário, como eu já disse antes, a velha mídia terá criado uma nova Escola Base! na ânsia de conquistar Ibope! (audiência/reconhecimento).

Ao longo da última semana, este blogueiro perguntou a vários médicos ligados a entidades de classe se esse o caso do Hospital Evangélico não guardava semelhanças com o caso da Escola Base, de São Paulo. Os homens de branco dizem que sim, que mídia e polícia podem estar cometendo um grave erro. Eles dizem que a médica Virgínia tem histórico de boa profissional, mas reconhecem suas dificuldades relacionais.

Quem não se lembra do caso Escola Base, de São Paulo? O fato ocorreu há quase 20 anos. Icushiro Shimada, Maria Aparecida Shimada, Mauricio Alvarenga e Paula Milhim Alvarenga eram donos Escola de Educação Infantil Base, na zona sul da capital paulistana. Sem chance defesa, eles foram acusados de pedofilia, condenados e executados pela velha mídia. Anos mais tarde ficou provado que eles eram inocentes. A Rede Globo foi condenada a pagar R$ 1,35 milhão para reparar os danos morais sofridos pelos donos e pelo motorista da escola.

Economia

Na época, na competição de quem esculhambava mais os acusados, a imprensa destacou que, antes de praticar ações perversas, os quatro sócios cuidavam ainda de drogar as crianças e fotografá-las nuas. Kombi era motel na escolinha do sexo!, estampou o extinto jornal Notícias Populares, editado pelo Grupo Folha. Perua escolar carregava crianças para a orgia!, manchetou a também extinta Folha da Tarde.

Ou seja, as denúncias poderão virar pó, os acusados serem inocentados e suas vidas desgraçadas para sempre. A não ser que o MP tenha contundentes provas que ainda não vieram à  tona.

Alguns leitores deste blog, embalados pelo “efeito manada” produzido pela velha mídia fascista, infelizmente, acreditam que a médica Virgínia e os demais são culpados. Para eles, nem precisa de julgamento. à‰ preciso executar logo a pena, se possível com a de morte.

Eu já vi esse filme antes, na política…

Resumo da ópera: Parodiando o cantor Jorge Ben Jor, “prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém”.

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