Confesso que eu queria pescar uma sardinha, mas caiu na minha rede um tubarão. Telefonei há pouco ao deputado Fábio Camargo, do PTB, com o intuito de saber sobre a posse de seu pai, desembargador Clayton Camargo, na presidência do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ). O moço refugou. Ele disse que não gostaria de comentar os bastidores da cerimônia, que inclui caneladas no presidente da Assembleia, o tucano Valdir Rossoni, por conta do ineditismo: o pai presidente do TJ e o filho exercendo mandato parlamentar.
Pois bem. O deputado não quis falar sobre o TJ, mas abriu a caixa de ferramenta contra o grupo Rede Paranaense de Comunicação (RPC), que tem como carros-chefes o jornal Gazeta do Povo e a emissora de tevê afiliada à Rede Globo. A empresa tenta monopolizar a informação no estado.
Fábio Camargo informou que vai protocolar na terça-feira (5), na Assembleia, um pedido para abertura da “CPI da Globo”. Segundo o parlamentar, “o objetivo será investigar as relações promíscuas entre o grupo RPC e a Câmara Municipal de Curitiba”.
O deputado afirma que tem em mãos relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) condenando o grupo de comunicação a devolver R$ 3 milhões ao legislativo municipal. “Na terça, da tribuna da Assembleia, eu vou detalhar mais essa ação criminosa da Globo no Paranᔑ adiantou.
A troca de pontapés entre Fábio Camargo e a Gazeta do Povo/RPC começou em novembro de 2012, quando os veículos de comunicação do grupo o apontaram como o parlamentar mais faltoso da Assembleia.