Médicos suspendem atendimento pelo plano de saúde por 15 dias

João Carlos Baracho.
por Cíntia Junges, via Gazeta do Povo

Após negociações frustradas com as operadoras, médicos credenciados de 43 planos de saúde que atuam no Paraná devem parar o atendimento a pacientes conveniados por 15 dias a partir de hoje. O boicote não inclui os profissionais que atendem pelas Unimeds, que têm o maior quadro de usuários do estado, e pelas fundações Sanepar e Copel, que fizeram negociações em separado.

A paralisação é facultativa (ou seja, cada profissional decide se vai ou não aderir) e atinge somente os procedimentos eletivos, como consultas e exames agendados com antecedência. Caso seu médico participe do movimento, o paciente deverá ser comunicado e terá a opção pagar pela consultas ou remarcá-la. O Procon Paraná orienta que as pessoas não paguem por consultas ou outros serviços que estão contemplados na mensalidade do plano.

A medida foi votada em assembleia na quarta-feira da semana passada, depois que as propostas apresentadas pelas operadoras não tiveram a aprovação da classe médica do estado. Segundo o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), João Carlos Baracho, as respostas das operadoras estão muito aquém da reivindicação dos médicos, que pedem a regularização dos contratos, o reajuste do valor da consulta que é repassado e a não interferência das operadoras na relação médico-paciente, como ocorre hoje com inúmeros pedidos de justificativa sobre procedimentos.

Atualmente, os contratos firmados entre as operadoras e os médicos não possuem um prazo determinado e tampouco um índice de reajuste para corrigir o valor das consultas e evitar que ele fique defasado com o avanço da inflação. Hoje, em média, as operadoras pagam R$ 42 por consulta. Os médicos querem que esse valor suba para, no mínimo, R$ 80.

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