O processo de judicialização das eleições segue em ritmo acelerado para decretar a morte da política. Hoje, quando um cidadão pensa em disputar um cargo público, antes de tudo, precisa contratar um grande escritório de advocacia.
Os advogados e a Justiça estão substituindo as propostas e os candidatos. Basta vermos no nosso entorno, aqui mesmo na região metropolitana de Curitiba e também no interiorzão do Paraná, o tapetão está funcionando a pleno vapor.
Quem contrata um bom advogado, especialista em Direito Eleitoral, o faz tentando eliminar os adversários; também se protege de possíveis rasteiras (dizem que os políticos dão rasteira até em cobra).
Temos um sem-número de candidatos a prefeito, nestas eleições, que estão pendurados na Justiça e carregam um carimbo na testa com a inscrição “sub judice”. Os eleitores ficam inseguros. Temem votar e perder seu voto. Ou seja, a toga poderá definir o futuro gestor de seu município — independente do seu voto na urna.
De cabeça, vou citar alguns municípios em que a disputa política se transformou numa guerra jurídica e candidatos a prefeito com potencial ficaram reféns dos escritórios de advocacia: Araucária (Olizandro Ferreira, do PMDB); Colombo (Beti Pavin, do PSDB); Campo Magro (Menegusso, do DEM); Piraquara (João Guilherme, do PSDB); Marechal Cândido Rondon (Dr. Fumagali, do PSC); Paranaguá (Mário Roque, do PMDB); dentre outros tantos.
O futuro das cidades não pode ficar nas mãos dos grandes escritórios de advogados. A política não pode ser reduzida à disputa jurídica, onde prevalece o tapetão e a melhor estratégia nos tribunais. à‰ preciso resgatar a soberania do voto do povo, que deve escolher seus dirigentes em todas as esferas públicas com a menor interferência possível de outros poderes !“ especialmente do Judiciário.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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