Em Curitiba, falta de especialista no posto de saúde leva chefe de cozinha do Bar Palácio à  morte

A coluna de Reinaldo Bessa, no jornal Gazeta do Povo, traz hoje a informação que Alceu Bestel, chefe da cozinha do tradicional Bar Palácio, em Curitiba, morreu na semana passada de infarto aos 60 anos.

Sentindo fortes dores no braço esquerdo e sem plano de saúde, Bestel fora levado pelo irmão até um posto de saúde da prefeitura. O médico que o atendeu solicitou vários exames que foram agendados pelo SUS para 2012.

A pergunta que não quer calar: se a prefeitura de Curitiba tivesse implantado os mutirões para zerar a fila de espera e especialistas de plantão nas unidades de saúde, como prometeram Luciano Ducci e Beto Richa na campanha de 2008, Bestel teria sobrevivido?

A espera na fila por um especialista na capital pode levar até quatro anos, dependendo do tipo da doença. Dá tempo de o cidadão morrer umas vinte vezes antes de ser diagnosticado com exatidão. Coisa de primeiro mundo.

A seguir, o registro feito pelo colunista Reinaldo Bessa:

Alceu Bestel morreu na semana passada de infarto, aos 60 anos. Há 39, chefiava a cozinha do tradicional Bar Palácio. Era irmão de Sebastião Bestel, garçom do mesmo restaurante, com um pouco menos de tempo de casa. Alceu passou parte da vida incógnito preparando os famosos Churrasco Paranaense, Fillet à  Griset e outros pratos para gerações de curitibanos. Primeiro, na Barão do Rio Branco; depois, na André de Barros.

Economia

Mas o mais triste é saber que sua morte poderia ter sido evitada se a saúde pública brasileira fosse mais eficiente. Durante três dias Alceu sentiu dor no braço esquerdo. Levado pelo irmão a um posto de saúde da prefeitura, foi medicado, mas o médico que o atendeu pediu uma série de exames, que foram marcados pelo SUS para janeiro de 2012. Alceu não tinha plano de saúde. Só de viver mais alguns anos.

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